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‘O mundo precisa de reconciliação’, diz Papa Francisco em Cuba

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publicado em 20/09/2015 ás 08h44

O papa Francisco chegou neste sábado (19) em Havana, a primeira etapa da décima viagem internacional de seu pontificado e na qual visitará Cuba e Estados Unidos, dois países que estão em pleno processo de retomada de suas relações bilaterais.

Após 12 horas de voo, partindo de Roma, o avião pousou pouco antes das 17h (horário de Brasília) no José Martí, Aeroporto Internacional de Havana, onde o papa foi recepcionado com uma cerimônia. Bispos cubanos, incluindo o arcebispo de Havana, o cardeal Jaime Ortega, estavam presentes, além do presidente cubano, Raul Castro.

Em discurso após o desembarque, o Raul Castro deu as boas vindas ao papa e agradeceu por seu apoio ao diálogo entre os Estados Unidos e Cuba. “O restabelecimento das relações diplomáticas foi um primeiro passo no processo de normalização dos vínculos entre ambos os países.”

O papa Francisco também discursou, e disse que “o mundo precisa de reconciliação”, apontando uma “atmosfera de terceira guerra mundial por etapas que vivemos”.

O pontífice também citou a retomada das relações do país com os EUA. “Estamos sendo testemunhas de um acontecimento que nos enche de esperanças: o processo de normalização das relações entre dois povos, depois de anos de distanciamento. É um processo. É um símbolo da vitória da cultura do encontro, do diálogo”, disse o papa.

Pouco antes de decolar rumo a Havana, o papa Francisco falou a jornalistas sobre os migrantes que têm chegado à Europa, dizendo que eles “fogem da morte e buscam viver”. “Hoje, me emocionei muito porque ao me despedir [do Vaticano], na porta de Sant’Anna, vi uma das famílias que estão na paróquia”, relatou, segundo a agência EFE.

Durante o voo, o papa disse ainda a jornalistas que “o mundo tem sede de paz” e pediu que “cada um construa pequenas pontes para edificar a grande ponte da paz”, informou a France Presse.

Após o discurso no aeroporto em Cuba, o papa deixou o aeroporto no papamóvel e acenou para fiéis durante o percurso. Muitos dos que que se preparavam para cumprimentar Francisco carregavam cartazes com os escritos: “Missionário da misericórdia, bem-vindo a Cuba!”, informou a Reuters.

Visita a Cuba

O Papa Francisco chega a Cuba com a expectativa de uma recepção ainda maior e mais calorosa do que as de seus antecessores, Bento 16, em 2012, e de João Paulo II, em 1998. Considerado o grande articulador da reaproximação entre Cuba e EUA, ele deve ser recebido com entusiasmo também por não católicos, que destacam o caráter político de sua visita.

 O Papa irá celebrar três missas na ilha, a primeira delas às 9 horas de domingo, na Praça da Revolução de Havana, onde terá à sua esquerda, no altar, um grande retrato de Che Guevara. As outras serão na Praça da Revolução em Holguín, na manhã de segunda, e na Basílica Menor do Santuário de Nossa Senhora da Caridade del Cobre, em Santiago de Cuba, na manhã de terça, poucas horas antes de partir para os Estados Unidos.Sua agenda oficial prevê encontros com funcionários do governo na tarde de segunda, mas não especifica em que momento ele se reúne com o presidente Raúl Castro. Existe ainda a possibilidade de ele se encontrar também com Fidel Castro, um compromisso que não está marcado, mas é possível, segundo o próprio Vaticano.

Francisco também irá participar de eventos religiosos e encontros com jovens em Havana e irá abençoar a cidade de Holguín do alto do monte Loma de la Cruz. O Papa deixa o país às 12h30 (13h30 em Brasília) de terça, com uma cerimônia de despedida programada para acontecer no Aeroporto Internacional Antonio Maceo, em Santiago de Cuba. Ele deve chegar aos EUA às 16 horas, onde será recebido pelo presidente Barack Obama e a primeira dama Michelle Obama.

G1