João Pessoa, 03 de janeiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ao que tudo indica, o governador Ricardo Coutinho terá mais sorte nesse seu segundo mandato. O prognóstico pode até se frustrar, mas dificilmente o socialista enfrentará nessa nova fase uma oposição com a mesma sede de desestabilizar seu mandato, como a que encontrou logo no começo de 2011.
É cedo, mas não há nenhum dos parlamentares da “nova oposição” com sinais de apetite de aporrinhar o juízo do governador reeleito. Além do perfil mais recatado da maioria, a conjuntura é outra completamente diferente. Não será fácil esticar a corda contra um gestor eleito nas circunstâncias de Ricardo.
Quem poderia elevar o tom contra o governador seria a ala dos deputados mais ligados ao senador Cássio Cunha Lima, líder da oposição, porém até estes, pelas ligações umbilicais e familiares, devem sentir certo desconforto. Se não dosarem bem o nível das críticas, poderão passar a imagem de “dor de cotovelo” pela derrota.
Outros com digitais menos próximas do clã Cunha Lima não devem gastar muitas balas radicalizando contra Ricardo. Explico: muitos dos reeleitos passaram a legislatura fazendo isso e já gastaram saliva, sem sucesso, a julgar pela vitória do socialista. Outros mais radicais, ou perderam a eleição e ficaram sem mandato e tribuna ou se elegeram se arrastando.
Com PT e PMDB debaixo de suas asas, Ricardo deve viver momentos de relativa paz a comparar com seus quatro primeiros anos. A maior dor de cabeça que deve enfrentar são os processos impetrados pela coligação do PSDB e Procuradoria Regional Eleitoral, todas com robustez técnica.
Da parte do senador Cássio Cunha Lima, os seguidores que torcem por rivalidade não devem esperar muito apetite contra a gestão de Ricardo Coutinho. Cássio sinaliza muito mais foco e interesse pessoal na consolidação do seu nome no cenário do Congresso. Aliás, no fundo, ele está onde sempre quis estar: no Senado.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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