João Pessoa, 23 de dezembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A reestruturação apresentada pelo governador Ricardo Coutinho, ontem, conseguiu a proeza de atingir dos objetivos, o administrativo e o político. Uma combinação perfeita para melhorar a estrutura da máquina, mas sem queimar as possibilidades de contemplar, estrategicamente, os novos aliados.
Administrativamente falando, Ricardo promete redução de, ao menos, 10% dos cargos comissionados. Dos 14 mil disponíveis, anuncia utilização de apenas oito mil, um pequeno grande exército, convenhamos, mas bem menor do que o tamanho máximo usado com toda a carga de tinta pelos seus antecessores.
Ele até projeta economia considerável na folha, cerca de R$ 25 milhões, porém o maior mérito da readequação, num primeiro olhar, se dá na aglutinação de pastas afins e de órgãos, a exemplo de Emater, Emepa e Interpa, cujos papéis dialogam, embora carecessem de atuação de maior interação e melhores resultados.
Essas e outras mudanças, como a substituição da insossa e estéril Interiorização pela Secretaria da Agricultura Familiar, a fusão de Infraestrutura e Recursos Hídricos, a criação da Executiva da Segurança Alimentar, no lugar da FAC, permitem o aprimoramento e consolidação de políticas públicas elementares.
Na seara política, Ricardo também soube jogar no xadrez. Se cortou cargos, criou novas formas de contemplar aliados. Agricultura Familiar e Segurança Alimentar se encaixam bem no sabor da expectativa do PT e a Secretaria Especial de Brasília tem toda a pinta do DNA das indicações partidárias, além dos espaços abertos com as executivas da Educação e dos Esportes.
O governador conseguiu a fórmula mágica de acenar para a opinião pública com um discurso de austeridade e otimização dos serviços e a ginástica de garantir meios de não deixar aliados na estrada. Quebrou os ovos e fez um bom omelete.
Útil ao… – Na coletiva, o governador Ricardo fez questão de frisar que as mudanças não “buscam apenas economizar, racionalizar, mas sobretudo otimizar os serviços à população”.
Agradável – “Na política, a melhor coisa é um Estado que funcione e atenda às necessidades das pessoas”, emendou o socialista, completando o mesmo viés, em discurso no Palácio.
Leitura palaciana – Agilidade e eficiência. Eis as duas palavras escolhidas pelo secretário Luís Tôrres para sintetizar os objetivos da reestruturação administrativa deflagrada, ontem, pelo governador. Falou ainda em “governo novo” e num “olhar mais moderno”. Disse que o compromisso principal é com o “povo” e que os partidos “terão essa compreensão”.
Grupos – De tudo o que disse na sua entrevista, o maior desafio do governador Ricardo é cumprir a promessa de “acabar com os feudos”. São muitas ilhas de disputa interna na gestão.
Simbologia – O atual secretário de Finanças, Tárcio Pessoa, sai maior no processo de readequação da estrutura do governo. Não por acaso, estava do lado direito do governador na coletiva.
Escalado – Atende pelo nome de Nelson Anacleto (PT), ex-vice-prefeito de Lagoa Seca, o futuro secretário de Agricultura Familiar. Ele é o indicado do deputado Frei Anastácio (PT).
Nua e… – No novo governo, Ricardo tem a facilidade de só dever espaços ao PT, que chegou rachado no primeiro turno, e ao PMDB, cujo mérito foi de apenas desempatar o jogo…
…Crua – …Diferente da dívida saldada nos três anos de gestão com Cássio, patrono de sua eleição em 2010 e com o qual, pelas circunstâncias, rateou uma banda do governo…
Tarde… – O telefone toca na casa do ex-prefeito Luciano Agra, ontem à tarde. Era do Hospital Oswaldo Cruz, de Recife, convocando-o urgente. Seria sua vez na fila do transplante.
…Demais – Em vida, Agra aguardava ansiosamente pelo chamado do transplante de fígado, sua esperança de cura. Ao sinal de ligação em casa, corria para atender, antes de todos.
Olheira – Passageiro do vôo das 2h da madrugada de João Pessoa/Brasília, Vital do Rêgo não dormiu antes de sua posse logo pela manhã no TCU. Sonhou acordado na solenidade.
Desafinação – Violonista nas horas vagas, o reitor Rangel Júnior mudou de tom quando ouviu o governador cobrar responsabilidade da gestão da UEPB ao liberar recursos do 13º.
Revista – Distante da Paraíba, o senador Raimundo Lyra, empossado ontem, tem o desafio de redescobrir o seu Estado natal e conhecer as necessidades e anseios Paraíba adentro.
PINGO QUENTE – “Político sem mandato é político sem sangue, não tem força”. Do deputado eleito Jeová Campos (PSB), que viveu a experiência de ficar sem moral “até para servir cafezinho em repartição pública”.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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