João Pessoa, 17 de dezembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Do ponto de vista legal, o ato administrativo até encontra amparo legal, segundo alguns juristas consultados pela Coluna, mas tomando por base o apurado nos bastidores e todas nítidas evidências, a Câmara de Santa Rita tem sido pautada por um casuísmo despudorado e um golpismo criminoso.
Duplamente: quando cassou sumariamente Reginaldo Pereira e agora, quando, de repente, anula todo o rito perpetrado por ela própria para afastar o prefeito por razões muito mais de foro político do que jurídico. Detalhe: nada do que a Câmara fez foi revisto nas instâncias judiciais. Pelo contrário, o Judiciário vinha confirmando.
Com a nova “jogada”, a Câmara afasta o vice-prefeito Netinho de Várzea Nova, que respondia pelo cargo há oito meses. Ao que tudo leva a crer, a nova rasteira também é política e ponto alto da retaliação de um grupo de parlamentares não atendidos em seus interesses pouco confessáveis.
Ou seja, a cena se repete. Da mesma forma que apearam calculadamente Reginaldo Pereira do poder, em represália aos poucos espaços, vantagens e cargos, os edis santa-ritenses usaram das prerrogativas garantidas no Regimento Interno da Câmara para trocar novamente de prefeito.
Ninguém sabe ao certo quais foram as reais motivações e quais acertos impulsionaram a reviravolta na cidade, pouco explicada pelos parlamentares. Ao certo mesmo só a constatação deprimente em torno de uma das mais importantes cidades do Estado à beira de um colapso, vítima de uma deprimente representação política.
Do jeito que vai, a Câmara de Santa Rita caminha para deixar as páginas de política para entrar no noticiário policial. O Poder Legislativo local tem tratado a cidade como mero instrumento de barganha para interesses e projetos escusos e pessoais, sob os olhares de inércia da população e a indiferença do Judiciário, a quem cabe botar moral e estancar um quadro de total avacalhamento político-administrativo.
Olho por… – Netinho de Várzea Nova, prefeito até ontem, disse ser vítima de um “golpe” motivado pela sua decisão de enxugamento da máquina e redução de cargos e despesas.
Olho – Porém, o discurso bonito não sensibiliza. Há oito meses, ele participou de toda a trama que defenestrou Reginaldo do cargo. Agora, apenas bebe do próprio veneno.
Reforma e espírito natalino – Dificilmente, o governador Ricardo Coutinho mexe um milímetro na sua equipe de governo em dezembro. Vai deixar para operar as mudanças na transição de 2014 para 2015. Segundo avaliação de auxiliares próximos, o socialista evitará demissões de colegas de governo em pleno período natalino. Não combina com a época.
Psiu! – Ninguém mais ouviu falar da ação penal contra advogados e servidores do Judiciário, em João Pessoa, acusados de esquema na distribuição de processos. Por que?
Arquivo – O processo, impetrado à época pela Procuradoria Geral de Justiça da Paraíba, rendeu até prisões se arrasta desde o começo de 2013. Aguarda julgamento no Fórum Criminal.
Cristal quebrado – O presidente eleito do Tribunal de Justiça, Marcos Cavalcanti, vai precisar de muita habilidade e jogo de cintura para remendar os cacos da Corte, rachada após a eleição.
Carregado – Mesmo após o pleito no TJ, que pela primeira vez quebrou a tradição da antiguidade, a poeira ainda não baixou e o clima continua tenso entre as alas divergentes no Tribunal.
Última leva -A Assembleia Legislativa convoca amanhã todos os aprovados ainda remanescentes do último concurso realizado pela atual gestão, após um jejum de 37 anos seguidos.
Palco – Como a Coluna cogitou, o reformado Espaço Cultural abrigará a posse do segundo mandato do governador Ricardo Coutinho. A localização central pesou para a escolha.
Pergunta-se – O presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo (PEN), enfaixará e empossará o xará Ricardo Coutinho? Em comum, os dois só têm o nome. O resto é divergência.
Reencontro – Atenção cobradores! Quem quiser achar os políticos sumidos após as eleições é só aparecer hoje, às 16h, no Espaço Cultural, na solenidade de diplomação do TRE.
Despedida – Antes de voltar oficialmente à UFPB, o professor Luiz Júnior fez questão de ir pessoalmente à Secretaria de Educação de João Pessoa agradecer à equipe.
Justiça – Itabaianense de nascimento e pessoense de coração, o advogado Ricardo Sérvulo agora é cidadão oficial de João Pessoa. Sua larga folha de serviços à cidade foi reconhecida.
PINGO QUENTE – “Não tenho ódio e nem ressentimento”. Do prefeito de Santa Rita, Reginaldo Pereira (PRP), de volta ao cargo, prometendo governar sem mágoas dos seus algozes.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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