João Pessoa, 13 de dezembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Até creio que, se eleito, Coriolano Coutinho tinha bons propósitos e melhoraria o nível de gestão da Federação Paraibana de Futebol, imersa num marasmo de décadas e numa sucessão de irregularidades constatadas pela Justiça, sem falar na mediocridade que rebaixa o nosso futebol. Pior do que está, não ficaria, imagino.
Difícil entender, entretanto, são as razões dos conselheiros que induziram o governador Ricardo Coutinho a permitir a exposição nesse processo de um irmão, e dele próprio, por tabela. Porque, após o resultado negativo no certame, não há como não contabilizar e associar a derrota de um ao outro.
Logo agora, dois meses após Ricardo sair sacramentado das urnas pela larga e incontestável vitória, derrotando um mito vivo da política paraibana, até então imbatível durante 30 anos de vida pública e de sucessivos mandatos? Por que arriscar tanto por tão pouco, a julgar pela inexpressiva influência da FPF no dia-dia dos paraibanos?
Por estratégia de poder, até poderia ter um candidato, mas não com uma digital (ou DNA) tão simbólica. Se o postulante fosse outro, ainda que integrante do seu grupo e da sua confiança, a derrota teria outra conotação. Com o irmão, é diferente. Por mais que não tenha movido um dedo, fica a imagem de que fez de tudo, mas não levou.
Mergulhado na costura da vitória do bloco aliado na sucessão da Mesa Diretora da Assembleia, Ricardo, talvez, não teve tempo de refletir direito sobre o equívoco da deliberação pela inserção de Coriolano na disputa. Inteligente como é, deve ter sido levado pelos impulsos dos aliados ainda em êxtase pelo triunfo de outubro.
Esses, de tão embevecidos, esqueceram que, diferente do processo democrático das urnas, onde uma população heterogênea é chamada a fazer um julgamento a partir de convicções, eleição de colegiado tem outra dinâmica… E valore$. E quando esse ingrediente está em jogo e o voto é secreto, a tentação pela traição costuma falar alto.
Quem avisa… – Com o resultado da FPF, é recomendável a articulação ricardista ligar as antenas para evitar passar por situação parecida em outra eleição colegiada: a da Assembleia.
Amigo é – Aliás, historicamente, Ricardo – gigante nas urnas – não se dá bem em pleitos fechados. Como prefeito, perdeu todas na Câmara. Na Assembleia, até hoje não ganhou uma.
Alterações no time – O prefeito Luciano Cartaxo (PT) apresentou ontem a lista dos oito novos nomes de seu secretariado, sem grandes surpresas. Deixou em aberto o sucessor de Zennedy Bezerra (atual secretário de Planejamento) na Chefia de Gabinete. Ao que tudo indica, ainda não encontrou alguém com o desejado perfil para a função.
Indicado – O vereador Renato Martins (PSB) é o nome preferido do PSB para compor a gestão de Cartaxo, mas até agora prefeito e o socialista não chegaram ao consenso do cargo.
Regresso – Substituído por Edilma Ferreira, o professor Luiz de Souza Júnior volta, oficialmente, aos quadros da UFPB. Ele pediu pra sair. Vai concorrer à Reitoria da Universidade.
Último a saber – Fora da Câmara após a volta do titular João Almeida (SDD), o suplente Mangueira (PMDB) jura não ter sido comunicado de nada. “Mas estou tranqüilo”, emendou.
Lenhando bonsais – Diego Amaranto e André Amaral disputam, quase às tapas, o direito de presidir o insípido PMDB Jovem. Imagine se o posto tivesse alguma expressão na política?
Conquista – Mesmo na oposição, o deputado Branco Mendes (PEN) não negou a satisfação com a inclusão das estradas do litoral no empréstimo aprovado, com seu voto, na Assembleia.
Entre… – “É um momento muito especial. O PSDB vai crescer quantitava e qualitativamente”. Do senador Cássio Cunha Lima, próximo líder tucano no Senado, sobre sua nova bancada.
…Feras – Chegam à bancada tucana nomes do naipe de um José Serra, Tasso Jereissati e Antonio Anastasia. “Será uma honra liderar homens dessa grandeza”, expressa Cássio.
Lexotan – Os ansiosos devem se conter. A tão aguardada reforma estudada pelo governador só deve se efetivar mesmo em janeiro, quando, de fato, nasce um “novo governo”.
Aviso – Ao determinar a exoneração de assessores jurídicos da PGE, o ministro Luiz Barroso, do STF, aproveitou e alertou o Governo de suposto extrapolamento dos limites da LRF.
Força – A recondução do ex-prefeito Tota Guedes (DEM) à presidência da Famup ratifica a influência e liderança do deputado eleito Buba Germano (PSB) na entidade.
PINGO QUENTE – “Se tem denúncia é pra ser investigada”. Do deputado Jutahy Menezes (PRB), sobre acusações de fraudes nas carteiras de pescadores na Paraíba, feitas pelo deputado Anísio Maia (PT).
*Reprodução do Correio da Paraíba
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