João Pessoa, 09 de dezembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O problema dos serviços públicos brasileiros nunca foi dinheiro. Recursos abarrotam o erário, graças a uma escorchante, perversa e pesada carga de tributos paga passivamente pelo contribuinte, premiado com péssimo retorno e a obrigação de pagar serviços privados, se quiser ser atendido, curado e protegido.
Buscar um novo imposto para a saúde, resgatando a famigerada CPMF, enterrada no Congresso pelo apelo popular, não é um caminho coerente com uma população aviltada com tantos sacrifícios diários para sustentar uma máquina pública, conhecida por gastar mal e desperdiçar dinheiro com corrupção.
O resgate da CPMF ou qualquer outra “contribuição” do gênero – pauta provável do encontro dos governadores do Nordeste hoje em João Pessoa – não encontra eco nas ruas. Defendê-la, como tem sido sinalizado, é ameaçar sugar ainda mais o brasileiro, abusado na sua boa fé.
Que há problemas na saúde, disso ninguém duvida, mas o caos não é por falta de recursos. Começa pela lógica atual de a União jogar para as costas dos Estados e municípios a responsabilidade do pagamento da maior fatia dos custos da manutenção da cambaleante rede pública.
Na Paraíba, o governo de Ricardo Coutinho vem sofrendo o diabo ao arcar, praticamente, sozinho, com o custeio da saúde. A queixa tem sido reiterada pelo secretário Waldson Souza. A realidade sinaliza para uma repactuação de Estados e a União sobre as obrigações e os percentuais dos gastos com a saúde pública.
Em segundo plano, como em todo o resto dos nossos serviços públicos, o problema da saúde é de gestão. Para a saúde ser uma prioridade, é imprescindível o corte de gastos em áreas supérfluas, possibilitando o potencial de investimento e enxugando a nossa inchada e viciada máquina.
Dos gestores, a população espera uma saída criativa e eficiente para o gargalo. Menos, a imposição de mais uma cruz sobre nossos calejados ombros.
Queimando… – Para o deputado Ruy Carneiro (PSDB), a receita para a saúde passa pelos cortes: “O enxugamento da estrutura de governo. No Brasil e na Paraíba são exageradas”.
Gordura – “O Brasil tem 39 ministérios, uma coisa fora do normal, e o Palácio do Planalto conta com 10 vezes o número de funcionários da Casa Branca”, critica o deputado tucano.
Pauta de Ricardo – Entre outras questões, o governador Ricardo Coutinho vai levantar na reunião de hoje as quedas no FPF, a desoneração de impostos da indústria, fator a afetar a arrecadação do ICMS em efeito cascata, além da defesa dos investimentos estruturantes na Paraíba semelhantes aos experimentados no Ceará e Pernambuco, por exemplo.
Reativação – Para João Azevedo, secretário do PAC e dos Recursos Hídricos, o maior legado do encontro de hoje será a recriação do Fórum dos Governadores do Nordeste.
Terceiro… – Na próxima sexta, o TRE promove audiência da AIJE 1574-74, movida pelo PSDB acusando o governador da utilização do quadro de pessoal do Estado na campanha.
…Turno – Na acusação, a coligação tucana acusa perseguição, demissões políticas e contratações de codificados. A audiência ouvirá depoimento do secretário de Saúde, Waldson Souza.
Na frente – Como a Coluna antecipou semana passada, Nando Reis, Ramon Schnyder e DJ Cris L serão as atrações do Réveillon da Capital, confirma Maurício Burity, da Funjope.
Estratégia – Pouca gente sabe, mas 2016 está nos planos do deputado Wilson Filho (PTB). Quer ser candidato a prefeito com um objetivo: aprofundar sua penetração em João Pessoa.
Por um triz – Depois de Luceninha (Cabedelo), o Litoral quase assistia nova renúncia. Tatiana Correia, prefeita do Conde, chegou a tratar com assessores, mas desistiu de desistir.
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Vez das… – À Coluna, o deputado Manoel Ludgério (PSD) levantou tese ousada: a eleição de uma mulher para a presidência, depois de 150 anos de Assembleia comandada por homens.
…Mulheres – Por essa ótica, há três opções: Daniella Ribeiro (PP), Camila Toscano (PSDB) e Estela Bezerra (PSB). Com elas – crê Ludgério – seria possível consenso e chapa única.
Aptidão – Tão logo se enfronhe nas articulações da Câmara, Veneziano Vital (PMDB) – pela sua formação – lutará para participar das Comissões de Justiça e de Orçamento da Casa.
Situando – Recém chegado de viagem, o deputado eleito Ricardo Barbosa (PSB) vai procurar o colega Adriano Galdino (PSB) pra saber das últimas articulações da chapa governista.
PINGO QUENTE – “O povo não é bobo”. Do senador Aloysio Nunes (PSDB), sobre a pesquisa Data Folha, segundo a qual 68% dos brasileiros associam Dilma à corrupção na Petrobrás.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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