João Pessoa, 18 de setembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pra não fechar as portas, a Reitoria da Universidade Estadual da Paraíba vem apelando insistentemente ao Governo pela antecipação de suplementação de R$ 10 milhões que ficou acertada para ser dividida em oito prestações. A proposta da instituição era de R$ 22 milhões, mas terminou reduzida a R$ 10 milhões. A subtração, agravada pelo parcelamento, estaria levando a Universidade à beira do abismo. Serviços básicos e essenciais andam ameaçados e o funcionamento normal já prejudicado.
A manutenção regular da instituição só está sendo permitida ao custo de repetidos cortes, mas nem esse esforço e privação livraram a UEPB de chegar ao seu limite. Pra se ter uma idéia, o Departamento de Odontologia, em Campina Grande, fixou um aviso aos seus professores informando da impossibilidade de impressão das provas dos alunos por falta de papel, acreditem.
Em Araruna, onde funcionam os cursos de Odontologia e Engenharia, devido à crise financeira, uma obra está paralisada e os alunos sendo obrigados a assistir aulas em Campina Grande. Desde abril, a Reitoria tem advertido o governo da proximidade do caos. Apesar do alerta dramático, pouco se avançou até hoje.
O quadro da nossa única universidade estadual é tão preocupante que a Administração Central chegou ao ponto de precisar escolher entre repassar os recursos da PBprev ou pagar aos fornecedores. Seguinte: se transferisse o repasse da PBprev não quitaria dívidas com os fornecedores e a instituição poderia parar; se pagasse aos fornecedores deixaria os aposentados sem receber seus vencimentos.
O pior de tudo: mesmo assistindo a gravidade da situação, a Administração não pode nem espernear nesse período de eleição para que seu grito de socorro em defesa da instituição não seja mal interpretado. O que resta é gemer abafado, agüentar a agonia e esperar por algum curativo capaz de conter a hemorragia da UEPB.
Balão… – Em contato com a Coluna, o solícito secretário de Finanças, Tárcio Pessoa, mostrou sensibilidade e informou a intenção de adiantar duas parcelas da suplementação.
De oxigênio – Cada parcela gira em torno de R$ 1,2 milhão. A previsão do Estado é liberar a primeira até esta sexta-feira e a segunda até a próxima semana, conforme a arrecadação.
Leitura do Governo – Para Tárcio, o problema da UEPB não é recursos. “Em quatro anos já repassamos cerca de R$ 1 bilhão, a maior quantidade de recursos da história”. Segundo ele, a questão é outra: “Houve uma expansão sem planejamento”, sustentou Tárcio, para quem o Estado não pode se privar de atender outras demandas da sociedade.
Culpa – O secretário responsabilizou a ex-reitora Marlene Alves por ter “gerado o crescimento de uma estrutura sem observar o crescimento da captação de recursos da instituição”.
Toque de caixa – “Ela cresceu sem qualidade, ela inchou a universidade”. Citou a criação do campus de Araruna, que tem dois cursos (Engenharia e Odontologia) de alto custo e áreas distintas.
Aporte – “Jogam esse ônus para o contribuinte. O Estado vai aplicar em recursos do Fundeb R$ 1 bilhão no ensino básico e médio. A UEPB sozinha recebe 25% desse total”, comparou.
Comprometimento – Outro problema, na visão de Tárcio, é o inchaço na folha de pessoal. Pelos cálculos do governo, a UEPB gasta 87% dos seus recursos com pagamento de servidores.
Meio termo – O secretário garantiu “um esforço de manutenção da UEPB”, mas pregou “o equilíbrio” com a capacidade do Estado. “Por que paga somos nós (contribuintes)”, assinalou.
Pé de… – Depois de retirar o apoio a Lucélio Cartaxo (PT), alegando falta de ‘diálogo’, o presidente do PSL, deputado Tião Gomes, voltou atrás e se entendeu com o petista.
…Ouvido – Lucélio recebeu em sua casa Tião e o ex-deputado João Bosco Carneiro Júnior (PSL). A conversa, dessa vez, agradou mais. Assim, ‘diálogo’ e apoio foram restabelecidos.
Inspeção – Famoso pela superlotação, o Trauminha de Mangabeira dá sinais de melhora no atendimento, como constatou ontem ao vivo o programa Correio Debate (98 FM).
Pegando… – O suplente em exercício Ronivon Mangueira (PMDB) até atendeu ao pedido do prefeito Luciano Cartaxo e foi àquela reunião da bancada com o governador Ricardo Coutinho.
…Ar – No encontro, Mangueira pediu a reabertura do Posto Policial do Rangel. “Até hoje não recebi nenhuma ligação de retorno”. Irritado, aderiu ontem à candidatura de Cássio.
PINGO QUENTE – “Quem amadurece demais apodrece”. Do candidato ao governador, Tárcio Teixeira (PSOL), ironizando Cássio – seu concorrente – que diz estar mais maduro.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.
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