João Pessoa, 07 de outubro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Alvo de investigações do Ministério Público por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção que atuava na Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (7) que “não há a menor possibilidade” de ele renunciar ou se licenciar do cargo.
O Ministério Público da Suíça informou nesta terça-feira (6) à GloboNews que comunicou ao presidente da Câmara sobre o congelamento das contas que, supostamente, ele e a família dele mantinham no país europeu. Na última quarta-feira (30), os procuradores suíços enviaram ao Brasil os autos da investigação de Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
“Não há a menor possibilidade de eu renunciar, me licenciar, qualquer coisa do gênero”, enfatizou o peemedebista, no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, ao ser questionado por jornalistas sobre ele renunciaria caso fosse comprovado que ele possui contas na Suíça.
O MP suíço relatou na documentação enviada às autoridades brasileiras a existência de contas bancárias supostamente em nome de Cunha e familiares. As investigações começaram em abril na Suíça e resultaram em bloqueio de valores, segundo informou a Procuradoria Geral da República (PGR). O volume de recursos encontrado é mantido em sigilo e foi bloqueado pelas autoridades da Suíça.
Suposto operador do PMDB no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, o engenheiro João Augusto Rezende Henriques afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que fez uma transferência ao exterior para uma conta do presidente da Câmara dos Deputados.
Em julho, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo afirmou em depoimento à Justiça Federal do Paraná que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Do total do suborno, contou o delator, o peemedebista disse que era “merecedor” de US$ 5 milhões.
Além disso, investigadores da Lava Jato informaram que o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, também confirmou em sua delação premiada que o presidente da Câmara recebeu, ao menos, US$ 5 milhões em propinas por contratos de locação dos navios-sonda. Baiano é acusado de ser um dos operadores do PMDB no esquema de corrupção que agia na estatal do petróleo.
Em nota divulgada na sexta-feira (2) para tratar das suspeitas em torno das contas bancárias, o presidente da Câmara não disse textualmente que não possui contas no exterior, mas reiterou o teor do depoimento prestado à CPI da Petrobras em março, quando negou manter contas no exterior.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024