João Pessoa, 28 de outubro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A oposição tem razão. Não é, digamos, aceitável um fim de semana com 19 mortes na Paraíba. Nenhum recurso retórico sacado pelo governo é capaz de atenuar o que o próprio governo costuma usar com freqüência ao seu favor: as estatísticas.
Se a sensação de insegurança já é desfavorável ao discurso oficial, contra números não há argumentos. A saída é correr atrás do prejuízo e dar uma resposta. Não à oposição e aos críticos, mas a população, a quem a gestão deve satisfação e prometeu empenho para atenuar os índices de violência.
O saldo sangrento do fim de semana virou tema de debate nesta quarta na Assembleia, como não poderia deixar de ser. O deputado Tovar Correia Lima (PSDB) inaugurou a fila de pronunciamentos, pedindo sensibilidade da gestão estadual.
Já o líder da oposição, Renato Gadelha, rogou por humildade do secretário Cláudio Lima. Ambos receberam a réplica do esforçado e habilidoso líder governista, Hervázio Bezerra. Esforço qualificado, porém, inútil.
A resposta que se espera não é de palavras. Um plano emergencial de enfrentamento à violência, como o encomendado contra a seca, teria mais eloqüência e credibilidade. As ações falam mais do que uma bancada inteira e mil discursos.
Efeito…
Ponderado, o líder Hervázio Bezerra (PSB) reconheceu as limitações do Estado para enfrentar a deficiência na segurança, tida como decorrente da conjuntura nacional.
…Colateral
“Nós vivemos numa federação, a crise é avassaladora. Falta recurso para investimento. A presidente está muito mais preocupada em se manter no poder”, criticou Bezerra.
Arrochando o…
O deputado João Henrique (DEM), vice-presidente da Assembleia, deixou de lado de uma vez o discurso mais comedido contra o governo Ricardo Coutinho.
…Nó
Engrossou o coro da oposição contra a insegurança e acusou Ricardo de estar mais focado na eleição de João Azevedo do que na violência e a seca.
Gestão cosmética
“Não se pode fazer política na base da maquiagem”. Do governador Ricardo Coutinho (PSB-foto), aumentando o arsenal de críticas contra a gestão do ex-aliado, Luciano Cartaxo (PSD), prefeito de João Pessoa. Nas contas de Ricardo, até hoje Cartaxo só deve entregar três obras em quatro anos na cidade.
BRASAS
*A PMJP recuou da Portaria, editada pelo secretário Zennedy Bezerra, que reduzia acesso às informações da Lei da Transparência.
*A nova publicidade da Prefeitura da Capital encerra o VT com um sugestivo… “Vamos em frente João Pessoa”!
*O PSC, desalojado recentemente da gestão de Cartaxo, não descarta apoio à reeleição do prefeito.
*Recém-filiado ao PMDB, o ex-deputado Neto Franca defende candidatura própria. Não sendo possível, a indicação do vice do PSB.
*Demorou, mas chegou. O novo conselheiro Marcos Costa foi, enfim, empossado, depois de longa maçada.
*A Arapuan FM Patos, do empresário João Gregório, formatou programação de jornalismo matinal sob o comando do veterano Isaías Nóbrega.
FALA CANDINHA!
Ouvindo as últimas do governador Ricardo e do prefeito Luciano Cartaxo, dona Candinha, de idade avançada, mas de memória aguçada, cravou: “Nem parece que até um dia desses trocavam elogios na ‘aliança que fazia bem a João Pessoa’”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Em qual discurso acreditar? No de 2014 ou no de 2015?
PINGO QUENTE
“É hora de esquecer o passado”.
Do líder do governo na Câmara, Marco Antônio (PPS), sugerindo a Ricardo lembrar que há tempos não é mais prefeito de João Pessoa.
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OPINIÃO - 22/11/2024