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Passageiros vindos de Paris chegam assustados ao Brasil

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publicado em 14/11/2015 ás 14h47
atualizado em 14/11/2015 ás 14h48
José Antonio Alves, a mulher Alexsandra e as filhas Julia Penna e Natália Penna. O casal viajou com o caçula e foi recebidos pelas filhas emocionadas no aeroporto - Custódio Coimbra / O Globo

Os passageiros que chegaram ao Rio vindos de Paris na manhã deste sábado estavam assustados com os ataques na capital francesa: Muitos porém só ficaram sabendo dos atentados quando aterrizaram no Rio. O voo pousou às 8h05m e foi um dos últimos a sair de Paris antes da fechada dos aeroportos na noite de sexta-feira.

— Soube no aeroporto quando cheguei aqui. Estou aliviada, mas muito triste. A cidade estava bem lotada de turistas, tinha filas em todos os lugares. Ficamos perto do Sena e tinham muitos brasileiros, ouvi muito português por lá — contou a juíza Marcia Salles, que ficou oito dias na cidade.

Os pais de Julia Alves e Natalia Penna avisaram que estavam dentro do avião antes que elas soubessem dos atentados. Segundo Julia, foi um alívio muito grande, porém parte da família mora em Paris e a menina ficou apreensiva.

— Tenho um tio que mora em Paris e ele disse que na rua dele morreram 11 pessoas. A sorte é que ele estava jantando num restaurante e ai entrou uma menina correndo, toda ensanguentada, dizendo que estava no show, mas que conseguiu fugir por trás do palco. Ele me disse que ia passar a noite na casa de uns amigos, mais afastada do centro e que ia ficar em contato — contou.

O empresário José Antônio Alves, pai das meninas, viajou com a mulher e o filho caçula, de 4 anos. Ele disse que pegou muito trânsito no trajeto do centro de Paris até o aeroporto por causa do jogo no Stade de France, mas que só ficou sabendo dos ataques quando chegou no Rio.

— A gente fica aliviado por não estar lá, mas ao mesmo tempo triste por causa da nossa família que ficou e pelas pessoas que morrem por uma causa que nem é delas. A cidade estava lotada, tinha muitos turistas. Meu irmão trabalha na loja de derpartamentos Printemps e parece que vão fechar o shopping e vai todo mundo para casa.

A cenógrafa Bia Junqueira estava na Polônia e fez conexão no aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, para voltar ao Rio.

— Não sabia de nada, fiquei chocada. Fiquei sabendo aqui, por onde passei não vi nada. Isso mostra como estamos vivendo numa Idade Média contemporânea — disse, nervosa.

Jean Frederic Delettre mora em Lyon e veio passar férias no Rio. Ele pegou uma conexão até a capital francesa e ficou sabendo dos ataques 10 minutos antes de embarcar para o Brasil.

— Fiquei com um pouco de medo, mas confiei no trabalho da segurança do aeroporto — contou.

A engenheira Talitha Melo viajava com a mãe, Nilza Mello. As duas ficaram quatro dias na cidade e perceberam uma movimentação estranha no aeroporto, porém não foi feito nenhum comunicado.

— Tinha uns militares cercando uma área, mas até então não sabíamos de nada. A informante da Air France falou que era um procedimento normal, que era feito todo dia, então a gente não suspeitou de nada, só soubemos quando chegamos aqui. Até fiquei nervosa pelas pessoas que ficaram nervosas por mim e pelo meu noivo, mas graças a D’s chegamos bem. Podia ter acontecido alguma coisa com a gente, dá um alívio muito grande estar em casa — desabafou.

Os próximos voos marcados com destino a Paris vão ser mantidos sem alterações. As informações são do balcão da empresa aérea Air France no Aeroporto Internacional Tom Jobim.

G1

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