João Pessoa, 04 de dezembro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Alvo de investigação e pesadas suspeitas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no afã de ir à forra contra a presidente Dilma, está prestando um grande serviço ao Brasil e, paradoxalmente, a própria petista.
Ninguém agüenta governar um país gigante e complexo, como o nosso, todo tempo com uma espada na cabeça. É assim que a presidente está desde o começo do seu segundo governo. Ameaçada e imobilizada pelo pedido de impeachment, não governa e o Brasil regride.
Retirado da gaveta e agora ganhando o rito normal, o processo tem que avançar. Para afastar ou para manter a presidente. Se obter o quórum mínimo, Dilma ganha salvo conduto, se livra dos questionamentos e pode seguir em frente.
Se cassada, as forças políticas inevitavelmente terão que se juntar num governo de coalizão, semelhante ao que acontecera com Itamar Franco, após a queda do então presidente Fernando Collor de Mello. Uma distensão que permitiu a criação do Plano Real e a recuperação econômica do Brasil.
Não é a toa que o próprio governo agora é quem tem pressa. É que a situação encontrará um remédio, ainda que sob o risco de uma dose amarga, mas melhor que o quadro de indefinição e sangria.
O Brasil não agüentaria quatro anos de prostração e de crise permanente. O país precisa sair desse atoleiro. Com ou sem Dilma.
Ponto de…
A crise hídrica no Nordeste uniu ontem os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB), Raimundo Lira (PMDB) e José Maranhão (PMDB), durante audiência na comissão temática.
…Convergência
Presidida por Cássio, a comissão tratou do quadro preocupante. Maranhão defendeu a agilidade na Transposição e Lira cobrou medidas contra o sucateamento do Dnocs.
Data…
Fontes da Assembleia e do Governo sinalizam: a PEC do Tribunal de Contas dos Municípios está programada para desembarcar na próxima semana no Poder Legislativo.
…Marcada
Com a PEC na Casa, o governo começa outra odisséia. Amealhar os 22 votos necessários para aprovação da proposta. Coisa, hoje em dia, bem mais fácil do que na sofrida primeira gestão.
Contagem regressiva
Se seguir o mesmo ritmo de 1992, no Caso Collor, o Congresso Nacional levará, pelo menos, até abril, o processo de impeachment em tramitação contra a presidente Dilma. A previsão é do cientista político Cristiano Noronha (foto), vice-presidente da Arko Brasil, entrevista ontem no 60 Minutos, da Rede Arapuan de Rádios.
BRASAS
*Os fatos contra Dilma são muitos graves, analisa a deputada Camila Toscano (PSDB).
*Da deputada Estela Bezerra (PSB): “A democracia e o Estado de Direito estão ameaçados”.
“Ele (Cunha) usou o pedido como instrumento de barganha”, lamentou o deputado Janduhy Carneiro.
*Paulo Câmara, de Pernambuco, não está na lista dos governadores que assinaram nota de apoio a Dilma, garantiu o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ao 60 Minutos.
*O governador Ricardo Coutinho terá nova oportunidade de ocupar espaços nacionais no debate do impeachment.
FALA CANDINHA!
Em tempos de salve-se quem puder com a abertura do processo de impeachment, Dona Candinha soltou a sua. “Agora o governo do PT poderá praticar o que sabe fazer muito bem: distribuição de renda”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O que o PT diria hoje se estivesse na oposição?
PINGO QUENTE
“Não podemos permitir que a insanidade de Cunha prevaleça”. Do ex-presidente Lula (foto), sobre a abertura do processo de impeachment impetrado, entre outros, por um ex-fundador do PT.
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OPINIÃO - 22/11/2024