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A Polícia Civil de São Paulo prendeu temporariamente, na semana passada, o pai de uma menina de 4 anos, encontrada morta com um saco plástico na cabeça, por suspeita de que ele tenha participação na morte dela. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (7) ao G1 pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
De acordo com a pasta, o pai se chama Ricardo Krause Esteves Najjar e foi preso na sexta-feira (4) suspeito de matar a filha. Segundo policiais civis ouvidos pela reportagem, a menina que morreu se chamava Sophia Kissajikian Cancio Najjar.
A menina havia sido encontrada morta na última quarta-feira (2) no apartamento do pai, no Jabaquara, Zona Sul da capital, por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A perícia ainda não divulgou a causa da morte, mas há indícios de que Sophia tenha sido asfixiada.
A equipe de reportagem não conseguiu localizar o advogado do suspeito para comentar o assunto nesta segunda.
Contradições
Por meio de nota divulgada à imprensa, a SSP informou que o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) obteve autorização da Justiça para prender Ricardo após descobrir contradições no depoimento dele.
“[…] foi decretada a prisão temporária, de 30 dias, de Ricardo Krause Esteves Najjar, pai de uma menina de quatro anos de idade, que foi encontrada morta na quarta-feira (2). O pedido foi feito após constatação de contradições no depoimento do acusado em relação ao exame necroscópico”, informa trecho de notada SSP.
Segundo investigadores disseram ao G1, médicos legistas encontraram marcas no corpo da garota compatíveis com possíveis sinais de violência sexual e agressões. Sophia estava com sangramento no nariz.
O laudo necroscópico, que irá apontar a provável causa da morte de Sophia, ainda não ficou pronto, no entanto. A equipe de reportagem também apurou que Ricardo negou, em seu depoimento, ter assassinado Sophia.
Preso no velório
Ricardo foi preso na sexta durante o velório de Sophia no cemitério São Paulo. A família da criança pertence à comunidade armênia.
A prisão foi feita por policiais da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente, do DHPP, que investiga o caso. Um boletim de morte suspeita a apurar foi registrado na delegacia.
A polícia apura se alguém matou Sophia. Peritos não teriam encontrado sinais de arrombamento no local. Ricardo teria concordado em ceder amostras de sangue e material genético para eventuais comparações com o que foi encontrado na sua filha.
Hipóteses
Outra hipótese investigada é a de que a criança teria colocado o saco plástico na cabeça e se sufocado sozinha. O material foi apreendido para análise. Fotos e vídeos de Sophia também estão com a investigação.
Autônomo, de 23 anos, Ricardo ficava eventualmente com a filha. A guarda da garota era da mãe, uma estudante de direito, da qual ele é separado.
O pai de Sophia morava no apartamento, na Avenida Jabaquara, com a namorada e a irmã dela. Os três e a mãe de Sophia foram ouvidos pela polícia.
Depoimento
Segundo o registro policial, Ricardo contou que foi tomar banho e depois encontrou a filha caída no chão, ao lado da cama, com um saco plástico na cabeça. Ele disse não saber como a menina morreu.
O pai afirmou que chamou a ambulância, mas os médicos não conseguiram reanimar a criança. De acordo com os policiais ouvidos pelo G1, a investigação descobriu que antes de chamar o resgate, Ricardo ligou duas vezes para o seu pai e uma vez para a namorada.
Até a publicação desta reportagem, Ricardo estava detido na carceragem do 77º Distrito Policial (DP), em Santa Cecília, região central da cidade.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024