João Pessoa, 16 de dezembro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pela justificativa do secretário Tárcio Pessoa, o cenário de descontrole das contas da Paraíba se deve ao impacto das quedas de receitas e dos repasses do Fundo de Participação dos Estados. Portanto, o Estado não conseguiu, nas suas projeções, prescrever antídoto para o cenário caótico.
Cenário que, de repente, colocou a Paraíba em estouro da LRF semelhante ao vizinho Rio Grande do Norte, cujo governador Robson Farias (PSD) sucedeu o desastre administrativo legado por Rosalba Ciarlini, democrata que sequer concorreu à reeleição.
A diferença é que aqui Ricardo sucedeu a si mesmo e até pouco tempo se jactava da condição diferenciada das contas públicas paraibanas, como mérito da condução rigorosa da sua política de ajuste fiscal, o que fazia da Paraíba uma “ilha” blindada da crise.
Sem cumprir os limites mínimos de investimentos em saúde e educação, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado, o governo vai apelar de última hora para a redução da folha de pessoal, se Ricardo acatar a sugestão do secretário das Finanças.
Para Tárcio, uma auditoria e corte de gorduras da folha pode amenizar o quadro e recolocar a Paraíba no limite da legalidade das contas públicas. Uma explicação que cobre um santo, mas descobre outro: por que no governo Ricardo, afamado pelo rigor nos gastos, esses excessos vêm sendo mantidos? E por que só cortar na hora da agonia?
Demarcando…
O governador Ricardo provou, ontem, mais uma vez, que sabe ocupar espaços, ao liderar movimento pró-Dilma, reunindo em seu entorno toda a chamada “esquerda” da Paraíba.
…Território
Em nome da causa de Dilma e da “democracia”, atraiu de simpatizantes socialistas até inimigos petistas, como foi o caso do vereador Fuba Maroja (PT), postado na mesa da solenidade.
…Dura lex
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) saiu em defesa da Justiça e da Polícia Federal, criticada pelo PMDB pela operação contra integrantes do partido, ontem.
…Sed Lex
Para Cássio, a operação não pode ser alvo de insinuações de parcialidade ou de manipulações do governo. “O que fica é que a Lei deve ser aplicada para todos”, pontuou.
Catão encara suspeição
A disputa do governo com o TCE, agravada pela mobilização pelo TCM, se agravou com o pedido apresentado hoje de suspeição do conselheiro Fernando Catão (foto). Relator das contas de 2015 do Estado, Catão é tio do senador Cássio Cunha Lima. E o parentesco é o fundamento da tese levantada contra o relator. “Fato normal na Corte”, disse o conselheiro à Coluna.
BRASAS
*No meio da platéia da mobilização pró-Dilma, ontem no Espaço Cultural, Beto Pirulito, sobrinho de Cícero, e, até onde se sabe, filiado ao PSDB. Agora, comissionado do Estado.
*Diretor de Mercados Internacionais da Embratur, o campinense Gilson Lira, pai de um menino, curte a recente chegada de sua Maria Gabriela.
*O famoso escritor Augusto Cury fechou parceria de trabalho com o publicitário Ruy Dantas, da Sin Comunicação.
*Janduhy Carneiro (PTN) pode sobrar na curva. João Henrique (DEM) avança, nos últimos dias, para ser o nome da oposição para o virtual TCM.
*Emissários do governo incensam o senador José Maranhão quanto à hipótese de apoio de Ricardo ao peemedebista em 2018.
FALA CANDINHA!
Craque
Candinha sobre o evento liderado por Ricardo em favor de Dilma: “Ricardo é o melhor jogador em campo na política paraibana: avança pela direita com DEM, PSDB e PMDB, quando precisa fazer gol na eleição, e tabela discurso pela esquerda com PT e PC do B, quando está na retranca”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
E se Cássio também pedir suspeição no TRE?
PINGO QUENTE
“Quer ganhar eleição, dispute a eleição”. Do vereador Fernando Milanez (PMDB-foto), sobre o impeachment de Dilma.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024