João Pessoa, 12 de janeiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nem o drama pessoal da amputação de uma perna, decorrente do agravamento de sua diabates, tira o bom humor, a sagacidade e o espírito irrequieto do cantor e compositor Pinto do Acordeon.
No Frente a Frente, programa semanal que apresento na TV Arapuan, o forrozeiro natural de Conceição (PB), mostrou que está bem vivo: na saúde e nas suas opiniões sobre o ritmo dos primeiros até os seus atuais 66 anos de vida.
Ousado, sugeriu a mudança do nome do ritmo tocado pelas bandas que fazem sucesso hoje em dia carregando o ‘forró’ em seus títulos. E mirou no maior expoente da atualidade: Wesley Safadão.
Pinto toca num ponto crucial. O cearense tem todos os méritos de artista popular e que reúne multidões, mas está em jogo outra coisa além da grande produção artística e empresarial por trás de ‘fenômenos’, como Wesley.
Na proporção do estouro nacional está o empobrecimento do ritmo. Da estética original à baixíssima qualidade das letras. Nas músicas, ouve-se tudo, menos a emblemática sanfona, dando lugar ao barulho da percussão e os acordes dos metais.
O pior: praticamente todos os sucessos, sem exceção, são repetições das mesmas temáticas: cachaça, apologia ao álcool, fulanização dos relacionamentos e vinganças passionais. Uma demonstração de esvaziamento da poesia, das paixões, dos amores que dão certo… Parece que a inspiração da nova geração de compositores chegou ao fundo do poço.
Culpar, isoladamente, artistas e compositores talvez seja radicalismo. Existe todo um investimento de grandes grupos de produção musical faturando horrores. Mais do que isso: do outro lado da linha de produção, ainda que levado pela força da mídia patrocinada e exaustivamente veiculada, há o público com o poder de escolher o que consome, engole ou cospe.
E, por enquanto, esse universo da nova juventude tem preferido degustar e injetar nas veias o estilo “safadão”. É uma questão, também de gosto, portanto, ainda mais preocupante. A cutucada corajosa de Pinto, ereto como sempre na sua trajetória, serve para mexer nas águas turvas desse debate.
Parada…
Esse ano tem tudo para ser o mais desafiador para o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, por duas razões: vai pilotar o agravamento da crise financeira do Estado…
…Dura
E tentar, como questão de honra, eleger seu candidato, o secretário João Azevedo, na Capital, em meio ao cenário desfavorável: político e administrativo.
Folha de…
Com o desequilíbrio das contas, Ricardo vai precisar concentrar todos os seus esforços para evitar atrasos no pagamento dos servidores, um mantra na sua gestão.
…Pessoal
A julgar pelas reclamações de atrasos de pagamentos fornecedores, nos bastidores, não será surpresa se o governo tiver dificuldades para tanto.
Terra firme
Enquanto a oposição em Campina Grande bate cabeça, o prefeito Romero Rodrigues (PSDB-foto) segue navegando em águas tranqüilas: controle absoluto da maioria da Câmara e sem focos de escândalos para administrar. A receita para palmilhar o caminho da reeleição.
BRASAS
*Vento a favor – Deu no blog do parceiro Magno Martins (PE): estudo do renomado consultor Maurício Romão posiciona Cartaxo em situação confortável no projeto de reeleição.
*Luz acesa – No Jardim Girassol, já há quem defensa a saída urgente de João Azevedo da Secretaria para se dedicar às pressas à campanha.
*Ausculta – O vice-prefeito Nonato Bandeira (PPS) começou a ouvir uma rodada de opiniões sobre qual rumo deve tomar em 2016.
*Território – O deputado Veneziano Vital (PMDB) será candidato a prefeito de Campina por uma razão estratégica: garantir a manutenção do seu espaço político.
*Novidade – O jornalista Anderson Soares, que apresenta comigo o 60 Minutos (Rede Arapuan de Rádios), está com movimentado blog de notícias e análise política.
FALA CANDINHA
Pressão
De Dona Candinha sobre a CPI presidida pelo paraibano Efraim Filho (DEM). “O menino está botando, sem pena, nos fundos do governo”. De pensão, é claro!
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Do jeito que vai, Luciano Cartaxo precisará mesmo ceder a vaga de vice?
PINGO QUENTE
“Quem cometeu o pecado fui eu”. Do prefeito afastado de Santa Rita, Reginaldo Pereira (PRP-foto), sobre a confiança que deu ao seu vice, Netinho de Várzea Nova.
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OPINIÃO - 22/11/2024