João Pessoa, 20 de janeiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Finzinho do ano passado, alertei aqui na Coluna que a imagem construída pelo governador Ricardo Coutinho ao longo dos últimos anos dava sinais de riscos. Foi precisamente no dia 14 de dezembro último (leia aqui)
Na ocasião, trouxe breve reflexão sobre os dados, divulgados pela conceituada revista Exame, do ‘estouro’ da Lei de Responsabilidade Fiscal, um barômetro legal para monitoramento do equilíbrio das finanças públicas.
Ricardo passou seu governo inteiro criminalizando seu antecessor, José Maranhão, pelo desrespeito a LRF e faturando em cima da organização financeira do Estado sob sua batuta. No fim do primeiro ano da sua segunda gestão, veio um desajuste que balançava a fama usada para se diferenciar como gestor e empinar seu nome além das divisas da Paraíba.
O ano novo começou com o cenário de perigos de manutenção do calendário de pagamento da folha dentro do mês trabalhado, outra marca conhecida do governador. Nem bem terminou janeiro, e o Governo precisou recorrer a outra medida que briga com discurso do controle das contas.
Agora, com o monocrático Ato nº 5, responsável pela criação da tal Câmara de Conciliação, o governo tenta, do seu modo, se livrar de dívidas, contratos e licitações, para economizar o possível e o impossível, tentando sanar a sua crise com o chapéu dos fornecedores. Gente que, inclusive, já vem enfrentando atrasos nos repasses de pagamentos de serviços.
O rosário dos últimos dias insiste em ameaçar conceitos históricos acumulados por Ricardo na gestão pública: rigor no planejamento, controle da máquina e a fama de bom pagador a credores.
Um ‘ato’ após outro deflagra um processo de oxidação de uma imagem antes intocável. Logo no ano em que o capital político do governador nunca foi tão essencial e determinante à viabilização de uma candidatura com seu DNA… No seu principal território político.
Rápido…
A equipe do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) pegou o gancho e faturou um dia depois do polêmico Ato baixado pelo governo e interpretado como ‘calote’.
…No gatilho
A Assessoria de Luciano Cartaxo divulgou o pagamento dos servidores dentro do mês trabalhado, com as correções do reajuste do mínimo.
Linha de…
Para o diligente secretário Luís Tôrres, a medida tomada pelo governo tem um alvo: garantir a continuidade dos serviços e a preservação do sistema fiscal.
…Defesa
Já o procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, viu no Ato um ‘remédio’ prescristo contra a crise financeira que abate os cofres estaduais.
Interrogações versus sobrepreço
Se Cartaxo aproveitou para ‘sambar’ em cima, a oposição não fez diferente. “O que chama atenção é o desconto mínimo de 15%. Por que não foi feito isso no ato da contratação?”, questionou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-foto), em contato com a Coluna.
BRASAS
*Despedida – Do primeiro time de Cartaxo, o publicitário Anderson Pires optou pela família e suas atividades empresariais ao entregar o cargo na Secom.
*Colaboração – À Coluna, ele revelou que na conversa com Cartaxo anunciou disposição de trabalhar pelo ‘projeto’ do prefeito, mesmo sem cargo.
*Observando – A deputada Estela Bezerra (PSB) assiste calada a inquietação do Jardim Girassol com o desempenho do secretário João Azevedo.
*Persistência – O empresário Arthur Almeida (PPS) não desanima do desejo de lançar uma candidatura “alternativa” na polarizada Campina Grande.
*Na frente – Como o Portal MaisPB antecipou, Charlinton Machado confirmado, internamente, como o nome do PT. O resto é burocracia partidária…
FALA CANDINHA
Dieta
Sobre o Ato nº 5, do Governo, Dona Candinha deu uma sugestão: “O Ato nº 6 deve incluir desconto mínimo de 15% nas compras, festas e cardápio da Granja…”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Bem avaliado e líder nas pesquisas, por que Cartaxo não tem conseguido ampliar seu leque de alianças?
PINGO QUENTE
“Se antes havia dúvidas, agora temos certeza”. Do deputado Bruno Cunha Lima (PSDB), sobre o que chama de estado de “insalubridade” das contas da Paraíba.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024