João Pessoa, 21 de janeiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Como era de se esperar, o governo concentrou energias nas últimas horas para tentar aliviar os efeitos e desgastes gerados pelas interpretações negativas sobre o Ato número 5, da criação da Comissão de Conciliação para renegociação de dívidas e reavaliação de contratos e licitações.
Procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro ocupou espaços amortecendo o impacto da impressão de ‘calote institucional’. Carneiro assegura que, pelo contrário, a medida representa um esforço do governo justamente para garantir as condições de pagamento a fornecedores que prestam serviços regulares ou venderam mercadorias ao Estado.
Questionado pela demora da ação do governo, quando há tempos as projeções indicavam agravamento da crise, Carneiro alega que no cenário atual as previsões orçamentárias se tornaram uma grande caixinha de surpresas.
Apesar disso, assegura o procurador, o governador Ricardo Coutinho já vinha fazendo os cortes necessários. Desde o começo da gestão, o Estado reduz o número de codificados e o tamanho da máquina pública estadual. Um discurso diferente do que aponta o Tribunal de Contas do Estado.
A linha de reação do governo não se limitou às explicações. As críticas ao Ato 5 foram logo estigmatizadas com o cunho político. Aliados trataram de desqualificar, por exemplo, o senador Cássio Cunha Lima, para quem Ricardo quebrou o Estado com um conjunto de medidas, desde as nascidas no seu projeto de reeleição, às tomadas no fim de 2015.
Até o prefeito Luciano Cartaxo, que não fez nenhuma crítica direta, entrou na roda. O perspicaz secretário Luís Tôrres comparou o Ato 5 a dispositivo adotado na Prefeitura ano passado, embora em termos e circunstâncias bem diferentes.
Mais uma vez, o governo adotou aquela famosa estratégia de guerra: a melhor defesa é o ataque.
Uma coisa…
Secretários da Prefeitura diferenciaram o decreto de Cartaxo do Ato 5 de Ricardo. Diferente da medida do governo, que fala em descontos mínimos para pagamentos…
…Outra coisa
…O prefeito estabeleceu parâmetros internos de economia, incluindo a otimização de despesas com passagens, diárias, entre outros itens. Não se estipulou exigências para pagar a credores.
Fora…
Afora secretários estratégicos, poucos deputados da base governista se dispuseram a defender ontem o Ato 5, baixado pelo governador Ricardo Coutinho.
…De área
O único disponível foi Anísio Maia. Para Maia, o governo está sendo corajoso para evitar situações do passado, como o empréstimo para receber salários.
Caso João Batista
Que valor tem a vida? A interrogação é da enfermeira e professora Leila Fonseca (Pros-foto). O tom é de indignação pelo fim trágico de João Batista, de 59 anos, que morreu por falta de uma cirurgia de rins, apesar de decisão judicial obrigando o Estado. “O mais vergonhoso foi a desmoralização da Justiça (…) Onde é importante e necessária a independência dos poderes, observamos uma cumplicidade”.
BRASAS
*De supetão – Soou estranho o cancelamento repentino da agenda do ministro da Saúde, na Paraíba.
*Canal – Nem só de técnicos viverá a Comissão do Ato número 5. Na composição, um interlocutor político: Fábio Maia, chefe de Gabinete do governador.
Veraneando – Ronaldinho Cunha Lima (PSDB), vice-prefeito de Campina Grande, saboreou ontem em Camboinha Tambaqui ao forno e Carapebas fritas.
Pavio – Apesar das remotas chances, a articulação cartaxista ainda mantém a chama acesa nas conversas com dirigentes do PT.
Azar– No dia que levantou a voz contra o Ato número 5, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) precisou demitir seu primo do gabinete, por recomendação do MPF.
FALA CANDINHA
Visão de negócio
Chamada a integrar determinado Conselho Político, Dona Candinha receitou uma estratégia para o seu grupo conseguir êxito nas alianças na eleição de 2016: “A abertura e investimento mensal numa poupança até junho”! Na cara dura…
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Santa Rita terá eleição ou eliminatória?
PINGO QUENTE
“A gente só vê notícia ruim”. Do líder do governo na Câmara da Capital, Marco Antônio (PPS-foto), para quem há um baixo astral rondando o Governo do Estado.
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OPINIÃO - 22/11/2024