João Pessoa, 03 de fevereiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Ricardo e Cartaxo: ainda dá pra juntar?

Comentários: 0
publicado em 03/02/2016 ás 12h08
atualizado em 03/02/2016 ás 12h22
ricardoecartaxo

Da aliança surpresa ao racha: uma cena que mudou a eleição de 2014 ainda não foi arquivada

Sejamos francos. Se a aliança entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo tivesse perdurado, muito provavelmente a eleição em João Pessoa deste ano seria um passeio.

A soma das lideranças de Ricardo e de Cartaxo, pilotos de duas máquinas poderosas, fulminaria qualquer ameaça ao projeto conjunto e transformaria toda candidatura da oposição em mera aventura, pra não chamar de piada.

O que poderia ser um caminho de mãos dadas com efeitos e revezamento a longo prazo se estilhaçou precocemente, motivado, majoritariamente, por pareceres pra lá de otimistas de pétalas girassóis, ainda embaladas pelo calor e euforia natural das urnas.

Só que a avaliação apressada do ano passado começa a se retrair dentro da ala mais pé no chão da tropa de choque ricardista. Gente que tem refletido, com cautela, os ônus e os bônus da insistência em apostar tudo numa candidatura própria até agora pouco empolgante contra um adversário montado no poder e bem avaliado, segundo as pesquisas.

São contidos, mas já não são poucos os analistas internos do PSB que discretamente ruminam nos bastidores os riscos entre manter uma postulação para ser construída com alto preço, em ano de crise, ou seguir no conforto da direção dos ventos.

Há um sentimento de mea-culpa entre personalidades que sustentaram junto a Ricardo a tese do rompimento. Nenhum deles, à época, contava com a possibilidade de Cartaxo chegar bem e competitivo em 2016. E nem muito menos que o PMDB atrapalharia os planos com Manoel Júnior e José Maranhão no meio do caminho.

Nesse cenário, indicar um vice e baratear a campanha seria mais prudente e racional, já raciocinam taludas pétalas. Com um adicional que seduz o núcleo duro ricardista; amarrar Luciano Cartaxo na Prefeitura, tornando-o, ao invés de protagonista, refém do projeto do PSB para 2018.

Meio incrédulo, questionei a uma dessas fontes palacianas: como rejuntar esses cacos e explicar a cidade uma recomposição e incoerência depois de tanto confronto? “Mais difícil foi em 2014”! Foi o que, para minha surpresa, ouvi como resposta. Nua e crua.

Mão…

A tese não circula apenas nos arredores da Granja Santana. Conforme a Coluna apurou, também chegou ao maior gabinete do Centro Administrativo de Água Fria.

…Dupla

Flerte sem direito a descartes. Um dos interlocutores de Cartaxo, deixou escapar: pra quem ontem era deputado estadual, ser reeleito prefeito não seria mal negócio.

Samba…

Tratado ainda muito reservadamente para não desagradar a João Azevedo, o porta-estandarte do PSB, não surpreenderá se esse bloco crescer durante e depois do carnaval.

…Enredo

Se realmente ganhar a adesão dos dois reis momos, essa temática pode de uma só vez isolar o PSDB, do senador Cássio Cunha Lima, retrair o PMDB e diminuir o PT.

edvaldoDando que se recebe

Ricardo não engole a candidatura do PMDB, em João Pessoa. Mandou recado, via Edvaldo Rosas (foto), presidente estadual do PSB. Para ter apoios, os aliados precisam oferecer reciprocidade. Traduzindo: se quiser o apoio em Campina Grande para Veneziano Vital (PMDB), terão que entregar a fatura em João Pessoa.

BRASAS

*ANESTESIA – Para o secretário Luís Tôrres, o grande trunfo de Ricardo para superar a crise em 2016 é o Mais Trabalho, “roteiro de inaugurações e execuções de obras no Estado”.

*MALABARISMO – Para a Oposição, o programa é fictício. “Desde quando continuar obras do mandato anterior, é programa de governo”, critica o deputado Dinaldo Filho (PSDB).

*DESLIZE – No primeiro dia após o retorno dos trabalhos, o presidente da Câmara, Durval Ferreira (PP), foi o primeiro a faltar na sessão que terminou declaratória.

*ROEDEIRA – A disputa política no Conde virou dor de cotovelo. A prefeita Tatiana Correia (PT do B) diz que o ex, marido e prefeito, Aluísio Régis (PMDB) sofre mesmo é de “amor”.

FALA CANDINHA!

Divã

A propósito da declaração de Tatiana Correia, dona Candinha soltou a sua: “Lá na eleição do Conde não precisa de marqueteiro. Tem que contratar psicólogos”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO

Se houver reconciliação entre Ricardo e Cartaxo, o PMDB sustenta a candidatura própria?

Djanilson da FonsecaPINGO QUENTE

“Ele tem uma situação atípica”. Do vereador Djanilson da Fonseca (PPS-foto), em defesa de Durval, ausente da primeira sessão depois do recesso.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB