João Pessoa, 17 de fevereiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Além de aprovar direito de voto para os funcionários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) na eleição da reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o Conselho Universitário (Consuni) também antecipou o primeiro turno do pleito para 13 de abril deste ano. Tradicionalmente, a disputa ocorre em maio.
As mudanças revoltaram vários segmentos da comunidade acadêmica, a exemplo do Sindicato dos trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintespb) e Sindicato dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB) que devem recorrer à Justiça para reverter à situação.
Até mesmo aliados da reitora Margareth Diniz se revoltaram com a decisão do Consuni. Nesta quarta-feira (17), o professor do Departamento de História e assessor da Reitoria, Flávio Lúcio Rodrigues Vieira, surpreendeu em apresentou carta de demissão a magnífica reitora, por reprovar a decisão do Consuni, a qual classificou “de manobra e golpe”.
“Trata-se de uma ilegalidade. O servidor da EBSERH não é servidor da UFPB. Ele pertence aos quadros de uma empresa estatal, vinculada ao MEC e pago por ele. Formalmente, a UFPB não tem nenhuma ingerência administrativa nos quadros da EBSERH, a não ser indicar seus dirigentes. O que só corrobora o fato da EBSERH ter sido criada exatamente com esse objetivo: dar flexibilidade às contratações, às compras de insumos e equipamentos, funcionar como uma empresa, enfim. Além de tudo, e mais importante, nesse caso, os servidores da EBSERH são regidos pela CLT, diferentes dos da UFPB, que são estatutários. Isso tem grandes implicações políticas, não é mesmo? A atitude de um servidor celetista será a mesma de um servidor estatutário diante do pedido de voto de um chefe? Nós sabemos que não”, diz o professor na carta.
Flávio Lúcio também questionou a antecipação do pleito. “No caso das regras para as próximas eleições de reitor, a democracia da UFPB sofreu duros golpes ontem. O primeiro, foi a antecipação das eleições, que sempre (sempre) foram realizadas em maio. Qual a motivação para isso, se o semestre se prolonga até 15 de junho, a não ser dificultar o debate e criar problemas para os outros candidatos? É triste ver um Conselho Universitário, formado majoritariamente por diretores de centro eleitos, curvarem-se a manobra tão explícita”, disse.
MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024