João Pessoa, 19 de fevereiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em pleno auge do vírus Zyka, assistimos a um ministro da Saúde se licenciando por 24 horas, com aval do governo, para participar de uma votação interna de seu partido, o PMDB. Parece pouco, mas não é. É simbólico e representa o grau de compromisso político e administrativo com a epidemia.
Na Paraíba, a nossa conterrânea Adriana Melo, a pioneira no País a associar o Zyka aos primeiros casos de microcefalia, registrados por aqui ainda em outubro, tem que, praticamente, pagar do bolso para, com outras colegas, pesquisar mais sobre a doença.
Em conversa com este colunista, Adriana, entre uma garfada e outra, no intervalo de um almoço quase às 17h, desabafou sobre sua vida após o surto do vírus e a repentina fama e conseqüente requisição permanente de entrevistas a veículos nacionais e internacionais.
Para dar sequência ao seu trabalho, Adriana está tendo que sacrificar seu atendimento clínico particular, que é de onde realmente tira o sustento para “pagar as contas”, como ela mesmo confessa, sem constrangimento, para atender gestantes e mães de pacientes vítimas da deformação.
Se dependesse do salário que ganha no sistema de saúde brasileiro, mal se sustentaria. Por isso, vem bancando do próprio bolso passagens para apresentar os primeiros dados de suas pesquisas, como fez recentemente ao viajar para uma aula nos Estados Unidos.
No Brasil que torra dinheiro em licitações marcadas, como as constatadas na Operação Andaime, que irriga patrocínio de campanhas políticas, via Petrolão, essa paraibana está nadando contra a maré e fazendo um trabalho voluntário. Por amor à Medicina e ao próximo.
Ela e os pacientes do vírus são vítimas da microcefalia do poder público.
Passos de…
Desabafo semelhante ao prestado à Coluna foi feito por Adriana Melo, na edição de hoje, do Bom Dia Brasil, da TV Globo.
…Tartaruga
“Me sinto frustrada”, disse. O Ministério da Saúde prometeu abrir editais para financiar as pesquisas, em breve. Como se não fosse para ontem.
Prioridades e urgências
Novo coordenador da bancada federal paraibana, o deputado Benjamin Maranhão (SDD-foto) assumiu o posto falando em unidade para enfrentar duas crises: a hídrica e a de saúde. “Tenho uma preocupação muito grande com a situação dos hospitais filantrópicos. A bancada tem que tratar isso com muita maturidade”, pregou.
BRASAS
*O senador Cássio Cunha Lima está decidido: o PSDB só estuda apoiar a reeleição de Cartaxo com a garantia da vice.
*Para ganhar tempo, Cartaxo evita qualquer compromisso com a vaga na chapa. Quer aguardar os cenários.
*Pré-candidato a vereador na sucessão do pai, Fernando Milanez Neto ainda não definiu seu partido, mas já está atendendo a eleitores.
*Crescem os rumores da possibilidade de saída do deputado Veneziano Vital do PMDB. Consequências das ameaças de não ter o apoio do PSB.
*O deputado José Aldemir começa ser pressionado pela oposição de Cajazeiras para definir se é ou não candidato a prefeito.
*Em fase de crescimento o blog do ético e atilado jornalista Anderson Soares (blogdoandersonsoares.com.br). Vale a pena conferir.
FALA CANDINHA!
Trauma
Dona Candinha não perde a oportunidade. Dessa vez, disse que os terapeutas dos prefeitos do Sertão estão recomendando distância de uma determinada profissão: pedreiros: “Para nem lembrar de andaime…”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Qual é a relação entre carros, granjas, construção e recursos humanos?
PINGO QUENTE
“Não dá para comparar”. Da deputada Estela Bezerra (PSB-foto) sobre as gestões do PSB e de Luciano Cartaxo (PSD), em João Pessoa.
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OPINIÃO - 22/11/2024