João Pessoa, 25 de fevereiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No momento da bonança, cujo auge se deu no segundo governo Lula, a construção civil foi um dos setores que mais festejou e faturou. No epicentro da crise, na era Dilma, é também um dos mais afetados.
Na Paraíba, o clima é de retração e incertezas. E ele serve para evidenciar o tamanho da gravidade econômica que vivemos. Substancialmente mais devastadora do que julga o senso comum julga e o oposto do que aliados de Dilma tentam desenhar.
Para se ter uma ideia, somente uma construtora pessoense, uma das maiores e mais consolidadas, demitiu nos últimos meses 500 funcionários. Não é pouca gente na rua e sem emprego, oriunda apenas de uma empresa.
Essa mesma construtora, segundo me confidenciou um dos seus sócios, vendeu em janeiro de 2015 R$ 15 milhões em apartamentos e salas comerciais, incluindo negócios em outros estados do Nordeste.
Sabe quanto essa mesma empresa negociou em janeiro deste ano? R$ 1 milhão. Acredite! Em torno de R$ 14 milhões a menos. Como resistir a uma despencada dessa ordem? Tentando readequar gastos, se reposicionar e uma decisão radical: não lançar nenhum novo empreendimento em 2016.
O exemplo ilustra, mas não é isolado. O ciclo de contaminação é inevitável. Recuo da construção civil é menos gente trabalhando, menos vendas de materiais de construção, menos investimentos no motor da publicidade, etc. O efeito dominó é devastador.
Chega, por osmose, às receitas do Estado, em plena queda, segundo admite e alerta a equipe econômica do Governo. Ato contínuo, torna-se reduzida a capacidade de investimento público em obras, ações e geração de emprego. E o ciclo vai dando suas perversas voltas, arrastando a todos para o centro desse furacão de aperto, dores e incertezas.
Lado bom…
Foram pelo menos duas reuniões em que o ministro Ricardo Berzoini tentou convencer o senador Raimundo Lira (PMDB) aceitar a liderança do governo.
…Lado ruim
Presidente do Senado, Renan Calheiros também entrou no circuito. Contrário à CPMF, Lira se sentiu desconfortável. Nem conseguiu avaliar os aspectos positivos.
Rede de…
Adversários do governo no Brejo estranham a mobilização e contestam o potencial vendido do complexo de psicultura de Bananeiras.
…Arrasto
Segundo informe oficial, a obra, que custa R$ 12 milhões, pode gerar uma produção diária de 84 toneladas dia. Algo tido como ‘surreal’.
Contando até três
O deputado Veneziano Vital (PMDB-foto) continua se segurando. Atiçado pelo presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), de quem ouviu a pecha de “integrante de oligarquia”, Veneziano suspirou fundo para não perder as estribeiras. “Deve ser fruto das emoções”, cravou.
BRASAS
*Tanto o prefeito Luciano Cartaxo quanto o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) evitaram maiores detalhes da pauta política que tiveram ontem.
*Depois de ouvir Cartaxo, Cássio conversa com os vereadores e diretório municipal na próxima segunda-feira.
*Não revela, mas Cunha Lima levará a sinalização de Luciano na direção da abertura de espaço para a vice.
*Cartaxo acertou ao ampliar o diálogo e quebrar o gelo com o senador José Maranhão (PMDB).
*Ricardo trabalha para empurrar o PMDB para a oposição e trazer para ele o que interessa: os deputados do partido.
*A prefeita Chica Motta (PMDB), de Patos, tem confidenciado falta de apetite para a reeleição. Prefere a Assembleia.
FALA CANDINHA!
Novo ramo
Dona Candinha achou uma solução pra enfrentar a crise e o calor na Paraíba: “Seguir o conselho de Dilma; estocar e comercializar vento…”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
A candidatura de Manoel Júnior resiste sem aliança?
PINGO QUENTE
“Eu vou contar minha história”. Do presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB-foto), sobre sua candidatura em Campina Grande.
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OPINIÃO - 22/11/2024