João Pessoa, 04 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A pergunta poderia ser outra, mas com o mesmo sentido e efeito: por que o secretário João Azevedo fica no governo, mesmo depois de ter prometido se desincompatibilizar do cargo para ficar totalmente disponível e focado na candidatura a prefeito de João Pessoa.
Em janeiro, o socialista anunciou o fim de março como prazo para deixar a gestão ricardista, acrescentando que o gesto também traduzia um antídoto contra eventuais acusações dos adversários sobre uso da máquina estadual para instrumentalizar a campanha.
Nos bastidores, setores do governo elencam motivos para a desistência: João tem prazo até o fim de junho para tal e não seria estratégico sair na mesma lista de pétalas menos taludas do Jardim Girassol, que também deixaram o governo, porém para disputar vagas na Câmara de João Pessoa. Melhor, então, uma data específica para marcar o ato político.
A justificativa seria até razoável, não fosse um detalhe. Quando delimitou, de viva voz e espontaneamente, que se afastaria no fim de março, João já expressava em sua fala conhecimento da extensão do prazo para junho, em casos de ocupantes de cargos comissionados que vão para a eleição majoritária e usava esse fator da antecipação como sinal de disposição à luta.
Já o pretexto da necessidade de um evento específico também não encontra muito eco. Na prática, o evento do PSB nesse sábadoseria palco suficiente para holofotes diferenciados na direção do secretário/candidato.
A opção pela permanência na função abre dois campos de possibilidades. A generosa: o cargo permite a João notoriedade, presenças em eventos e em inaugurações da cidade, aparições que ajudam a difundir sua imagem. A negativa: o PSB não descarta, assim, outras possibilidades de nomes, em avaliações futuras e a depender da conjuntura.
Tirando o exercício de imaginação, a decisão mal explicada tem um efeito político indesejado à candidatura do PSB. Ela deixa margem para especulações e liga o ‘desconfiômetro’ de partidos e aliados.
Além da…
De tão organizada e barulhenta, a ‘militância’ do ex-secretário Tibério Limeira (PSB) se confunde com campanha majoritária.
…Conta
Sábado, no Clube Cabo Branco, ala jovem e entusiasmada de Tibério aplaudiu tanto o candidato que provocou constrangimento.
Abaixo do…
Ficou perceptível na expressão do governador Ricardo Coutinho a insatisfação com o tamanho do público presente ao evento do PSB.
…Esperado
Realizado num fim de semana, a manifestação foi convocada acentuando o gancho da “presença do companheiro Ricardo Coutinho”.
Votos de fé
Cachoeira Paulista (SP) foi o destino de refúgio do presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB-foto), nesse fim de semana. Com o peso nos ombros da tarefa partidária de disputar a Prefeitura de Campina Grande, Galdino recarregou as baterias na Festa da Misericórdia, da Canção Nova, evento que anualmente participa.
BRASAS
*Pra frente – O prefeito Romero Rodrigues (PSDB) projeta somente para a semana das convenções a última palavra sobre a definição do seu companheiro de chapa.
*Pra agregar – Para facilitar as negociações em torno da candidatura de Adriano, o vereador Murilo Galdino (PSB) abriu mão da reeleição em Campina.
*Preservação – O paraibano Hugo Motta chegou a advertir Eduardo Cunha sobre a presença do evento que selou o ‘desembarque’ do PMDB.
*Vingança – Cunha não atendeu o conselho e devolveu ao interlocutor, em tom de brincadeira: “Não perco essa oportunidade”!
*Análise – O prefeito Luciano Cartaxo (PSD) passou o fim de semana debruçado sobre nomes e alternativas para a reforma administrativa.
*Aberto – Moderado, o vereador Lucas de Brito (PSL) não fechou as portas com a interlocução de Luciano Cartaxo.
*Plataforma – Pré-candidato a vereador em João Pessoa, Dhiego Amaranto defenderá a juventude como bandeira principal.
*Empregos – Depois de Valéria Coutinho numa diretoria da Assembleia, outra irmã do governador, Sandra, emplaca em cargo comissionado na Prefeitura de Bayeux.
FALA CANDINHA!
Censurada
Dona Candinha ligou para comentar a matéria da IstoÉ sobre Dilma e o uso de ansiolíticos. “A presidente pelo menos está tomando remédio. E o povo que está tomando…”. Chá de camomila. Deve ter sido isso que a velhinha queria dizer, antes de ser interrompida pelo colunista.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O governo poderia passar um recibo maior do que o pedido de impeachment de Michel Temer?
PINGO QUENTE
“Restou a demagogia barata”. Do governador Ricardo Coutinho (PSB), em nova artilharia contra o prefeito Luciano Cartaxo.
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OPINIÃO - 22/11/2024