João Pessoa, 06 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em matéria de política, o governador Ricardo Coutinho é uma águia. Não é à toa que chegou ao mais alto posto da hierarquia estadual numa terra marcada pelo domínio familiar a partir de sua destacada e efetiva militância nos movimentos sociais.
Crítico contumaz do pedido de impeachment da presidente e adepto, também, da tese de “golpe”, Ricardo começou suave e inteligentemente a desacelerar, com o agravamento da crise em torno da presidente Dilma Roussef.
Diante de uma impopularidade presidencial que beira aos 80% de reprovação e percentual de quase 70% da população favorável ao impedimento da petista, o governador sofistica o discurso e já faz questão de pontuar: sua defesa não é a presidente, ou a A, B ou C, é sim ao estado democrático de direito. Esse tom ficou patente na manifestação “contra o golpe”, semana passada.
Isso pode parecer pouco, mas faz muita diferença. Sua postura é contra ruptura das regras. Para tanto, faz questão já de ressaltar a importância da população se indignar com atos de corrupção. Assim, fica isento de uma blindagem cega e deslocada da presidente.
Justiça se faça. Ricardo deu tudo que estava ao seu alcance na linha de frente de Dilma, mas também sabe que não pode jogar todo o seu prestígio popular e aprovação de gestão no Estado para uma causa com pouquíssimo retorno político e demasiados riscos à sua pele.
E não é difícil entender o socialista. Toda a trajetória de Coutinho foi construída junto à classe média, base social que sempre ‘bancou’ o perfil diferenciado, ousado e renovador do ex-petista. E é exatamente essa fatia da sociedade que vem pagando o preço amargo e caro da crise. Uma crise que tem nome: Dilma e sua incapacidade gerencial e política.
Por ela, rejeitada e em acelerado processo de degradação, Ricardo já fez o que quase ninguém teve coragem. E sua cota de sacrifício começar a atingir o limite prudencial.
Pra dentro…
O tom adotado pelo prefeito Luciano Cartaxo (PSD), na posse dos novos secretários, incendiou seus aliados e instigou a equipe de governo.
…Pra fora
Com conteúdo de viés político, o prefeito falou de gestão, rebatendo e devolvendo críticas do PSB. Mandou o recado: vem que tem.
Tuxaua
Incumbido da articulação política, Zênnedy Bezerra tem o que a função precisa para os padrões da Paraíba: força junto ao ‘chefe’.
Simbologia
Na solenidade de ontem o cerimonial escalou para ladear Cartaxo a deputada Daniella Ribeiro (direita) e o vereador Durval Ferreira (esquerda).
Missão cumprida
Presente ao evento, já com paletó de vereador, Marcos Vinicius (PSDB-foto) foi cumprimentado por ex-colegas de secretariado e segmentos da imprensa pela passagem no comando da Secom-JP. Inegavelmente, ele repaginou as relações com os veículos e deu contribuição significativa para a construção da imagem da gestão.
BRASAS
*Braço forte – Walson Souza é homem de confiança e trânsito junto ao secretário João Azevedo, pré-candidato do PSB na Capital.
*Justiça – “João Pessoa tem o direito de ver a CPI da Lagoa instalada”, exclamou o verador Renato Martins (PSB), após liminar que pede explicações à Mesa da Câmara.
*Novos tempos – Conglomerados de comunicação, antes inimigos ferrenhos, já sentam à mesma mesa na Paraíba.
*Bandeira – Thiago Lucena (PMN), filho do ex-vereador Potengi Lucena, será candidato a vereador defendendo empreendedorismo como ferramenta de transformação social.
*Afinação – José Bezerra escolhido adjunto da Secretaria de Habitação já trocou figurinhas ontem com a titular da pasta, Socorro Gadelha.
FALA CANDINHA!
Mega Sena
No fim da tarde, dona Candinha, como costuma fazer, botou sua cadeira na calçada. Ao avistar a vizinha de fofocas, soltou do nada:
– Ah como eu queria hoje ser uma deputada federal…
Sem entender de primeira, a parceria de futricas resolve perguntar a razão. Ouviu uma resposta pra lá de sincera:
– Pra ganhar uma bolada!
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O que Ricardo conversou com Lula, em Fortaleza?
PINGO QUENTE
“Se eu fosse um bandido, eu adoraria ter foro privilegiado”. Do jornalista paraibano José Neumanne Pinto (foto), olhando no olho do ministro Marco Aurélio, do STF.
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OPINIÃO - 22/11/2024