João Pessoa, 08 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Por óbvio, a notícia é ruim para o jornalismo. Perspectiva inicial de redução de equipes e desemprego. Na ótica do mercado, não chega, porém, a ser uma surpresa a decisão do Grupo Paraíba pelo fim da circulação impressa do Jornal da Paraíba, veículo que viveu 45 anos.
Tal qual a maioria dos diários que resistem, o Jornal da Paraíba também registrava prejuízos. A conta, literalmente, não fechava. A combinação custos e resultados apresentava disparidade impossível de suportar por ainda mais tempo, em que pese o fôlego e tamanho do Grupo.
Nesse viés, a pesarosa e difícil decisão do empresário Eduardo Carlos da Silva foi acertada, baseada na travessia da crise econômica e na realidade do novo mercado da comunicação em pleno e dolorido processo de parto à fórceps.
Como gestor, Eduardo se pautou no cenário atual cada vez mais digitalizado, ágil e multifacetado. Como integrante de um poderoso clã familiar, teve coragem, desprendimento e humildade para assumir o ônus e reconhecer a inviabilidade de um veículo com história e porte, mas que já não aguentava o investimento extra mensal para mantê-lo de pé.
Como homem da comunicação e do business, se guiou pela sagacidade e visão ao migrar seu produto para o digital, um universo forte e ascendentemente presente no cotidiano do cidadão deste mundo contemporâneo em que os dispositivos móveis (celular, ipad…) passaram a ser um influente intermediário entre o espectador e a informação.
Por mais que a decisão seja associada a uma perda e lacuna, na condição de jornalista e micro-empresário do meio, digo que o fechamento do Jornal da Paraíba não é pra ser encarado com clima de velório.
Lamenta-se o simbólico a extinção de um ciclo e seus inevitáveis prejuízos ao mercado e aos operadores da comunicação, mas, por outro lado, portas se abrem para inovação, convergência, novas oportunidades e reposicionamento de todos nós: veículos e profissionais. Está claro: o jornalismo não morre e nem nunca morrerá. Ele se transforma.
Pé dentro…
Antônio Mineral (PSDB) é um homem de sorte. Eleitor de Cássio e sem mandato, vai se mantendo na Assembleia e na base governista.
Pé fora…
Meio indisposto com a política, o deputado Ricardo Marcelo entra na sua terceira licença em menos de dois anos de mandato.
Espaço da Paraíba
Quadro de valor, o paraibano Gilson Lira (foto) chega à Presidência da Embratur, com o afastamento de Vinicius Lages, nome das Alagoas. Diretor de Mercados Internacionais, Lira já vinha assumindo ocasionalmente a função. Independente do tempo de permanência, é uma conquista para a Paraíba. Qualificado, Gilson tem um desafio: assumir nesse ambiente de crise; política e econômica. Nada que um campinense da gema não consiga superar.
BRASAS
*Pulando a fogueira – O deputado Doda de Tião (PTB) desistiu de disputar a Prefeitura de Queimadas.
*Esperado – Manoel Júnior (PMDB) anunciou o óbvio: apoio ao impeachment da presidente Dilma.
*Valor – A moeda do PSC está eleita para João Pessoa: a permanência do suplente Marcondes Gadelha em Brasília.
*Oxigenação – O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) diz que arejou muito a cabeça durante sua temporada em Portugal.
*Pra anotar – Aguinaldo Ribeiro, líder do PP, sairá maior do processo de impeachment. Seja qual for o resultado.
*Encomenda – Gravíssimas as acusações do deputado Frei Anastácio (PT) envolvendo autoridades do Judiciário na morte de um integrante do MST, em Mogeiro.
FALA CANDINHA!
Sentença
Ao assistir a notícia do furto no Sítio de Atibaia, dona Candinha pensou alto: “Cem anos de perdão”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Depois da delação da Andrade Gutierrez, o que mais falta para o TSE entrar em cena?
PINGO QUENTE
“É da gestão quem veste a camisa”. Do prefeito Luciano Cartaxo (PSD-foto) dispensando ‘aliados’ que assinaram CPI contra o governo.
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OPINIÃO - 22/11/2024