João Pessoa, 13 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nove em cada dez paraibanos não botavam a menor fé na CPI da Telefonia, nome de batismo que ganhou a Comissão encarregada de investigar o que já se sabe, a má prestação de serviços e abusos ao consumidor, e o desconhecido, as transações obscuras e a pouca transparência em contratos.
Em seis meses, apesar da pouquíssima divulgação, a desacreditada CPI já descobriu coisa que rende livro ou produção de um manual de desrespeito ao consumidor, à Justiça e ao nosso frágil sistema tributário.
Dois pontos apontados pelo relator João Bosco Carneiro Júnior (PSL) bastam para entender superficialmente a gravidade das ações e os prejuízos causados pelas quatro principais operadores de telefonia na Paraíba, a saber Claro, Vivo, Oi e Tim.
A Comissão constatou, por exemplo: a prestação em algumas regiões é tão deficitária que pessoas já morreram por falta de comunicação com serviços de emergência, como o Samu ou Corpo de Bombeiros. Quando o sinal não falha, a ligação é desviada para outro destino. Pelo menos dois paraibanos perderam a vida pela deficiência técnica.
Os danos das operadoras também abatem os cofres públicos. A mesma fome pelos lucros em detrimento do bolso do cidadão não é nem de longe proporcional à leniência e esperteza para surrupiar tributos do erário, conforme levantamento do deputado João Bosco Carneiro e referendado pelo presidente da Comissão, João Gonçalves (PDT).
Na venda de crédito pré-pago, as empresas não emitem nota fiscal da venda, o que impede o Estado de tributar o serviço e arrecadar receitas. Um rombo anual calculado, por baixo, em cerca de R$ 500 milhões.
Dinheiro que faz muita falta a um Estado pobre como o nosso. Mas, como se vê, se as operadoras estão pouco se lixando para quem, na hora da agonia e do infortúnio, pode morrer simplesmente por falta de sinal e socorro, imagine a preocupação delas com nossa debilidade econômica.
Pró…
Hugo Motta (PMDB) não deixou margem para nenhuma dúvida: “Já foram esgotadas as possibilidades de governabilidade”.
…Contra
O líder Aguinaldo Ribeiro tentou, mas não conseguiu demover o PP de seguir a correnteza pró-impeachment de Dilma.
Auto-exílio
O secretário de Articulação Política, Zennedy Bezerra (PSD-foto), deu o tom. Diferente do vice-prefeito, disse que a história e os fatos mostram que o próprio Nonato Bandeira (PPS) se distanciou da gestão, a partir da decisão de montar Gabinete na isolada “Estação das Artes”, no Altiplano, entre outros gestos pessoais e administrativos de recusa de colaboração. Já Nonato reage: só foi procurado para tratar de temas e assuntos eleitorais.
BRASAS
*Última hora – Líder do governo até pouco tempo pelo PPS e agora filiado ao PHS, Marco Antônio criticou o ‘oportunismo’ do desembarque do seu antigo partido.
*Não dá mais – Presidente do PPS da Capital, Bruno Farias, já declarado oposição, ratificou as ‘reflexões’ de Bandeira.
*Pulga – Acendeu a luz laranja: nenhum fato recente tem canalizado em favor da candidatura de João Azevedo (PSB).
*Divisão – Já surgiu, discreta e timidamente, uma bancada ‘meio’ independente dentro do bloco governista na Assembleia.
*Sem reciprocidade – Internamente, o PT sabe porquê não deve entregar na bandeja a candidatura de Charlinton a Ricardo.
FALA CANDINHA!
Inveja branca
Ao conhecer a carta de Nonato Bandeira, reclamando da falta de espaços para contribuir na gestão de João Pessoa, dona Candinha lembrou de outro vice e tascou: “Ronaldinho Cunha Lima deve ter lido achando-se vítima de plágio…”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Como Estela Bezerra (PSB) e os girassóis mais ressentidos com o traumático 2012 receberão o PPS?
PINGO QUENTE
“Está de bezerro desconhecer a vaca”. Do suplente de deputado federal Marcondes Gadelha (PSC-foto), sobre a situação da presidente Dilma.
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OPINIÃO - 22/11/2024