João Pessoa, 19 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Poucos, pouquíssimos políticos brasileiros defenderam com tanta ênfase e espírito de combatividade a presidente Dilma Rousseff como o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. No momento da fragilidade da petista, a postura de Ricardo, na dissidência do seu partido (PSB), foi muito importante para a resistência.
Ricardo não se resumiu a assinar a carta dos governadores contra o processo de impeachment. Fez muito mais: convocou, puxou e liderou ato público, em nome do Estado, em “defesa da democracia”, evento realizado no Teatro Paulo Pontes, do Espaço Cultural.
Com o avanço do impeachment, foi à praça. Se juntou a centenas de militantes petistas, simpatizantes da presidente e movimentos sociais historicamente ligados ao PT e voltou a atacar a tentativa de retirada de Dilma do Palácio da Alvorada.
Do ponto de vista do engajamento na causa, a participação dele nesse processo foi destacada e sem reparos. Botou a cara pra bater e não se assombrou com o risco de pagar o preço junto do desgaste a olhos vistos da desastrada gestão dilmista.
Paradoxalmente, Coutinho não conseguiu dar o que realmente foi crucial e decisivo nessa crise final do governo: votos da bancada paraibana para barrar o impeachment na Câmara Federal.
Na Bahia, Ruy Costa (PT) deu um placar favorável de 22 a 15 pró Dilma. No Ceará, Camilo Santana (PT) arranjou 11 votos pró-Dilma contra 9. No Piauí, Wellington Dias (PT) dividiu a bancada em 5 x 5. No Maranhão, o comunista Flávio Dino amorteceu a pancada: 10 votos pelo impeachment e 8 contra.
Na Paraíba, em que pese o apoio de Ricardo a Dilma, o resultado foi acachapante: dos 12, apenas três votos para salvar a presidente. Destes, um já comprometido naturalmente, o do deputado Luiz Couto (PT). Os demais, Damião Feliciano (PDT) e Wellington Roberto (PR), foram mais da relação partidária e decisões individuais. No Senado, a coisa vai ser ainda pior: provavelmente, nenhum voto da Paraíba a favor de Dilma.
Um aspecto para a articulação governista refletir. Ricardo chegou ao topo do poder na Paraíba, mas não elege bancada federal própria e nem tampouco tem liderança sobre os que estão no guarda-chuva do seu arco de alianças.
Cruz e…
Segundo especulações da imprensa em Brasília, o voto do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) foi o que mais surpreendeu Dilma.
…Espada
Ribeiro foi ministro próximo da presidente. Chegou a votar contra o relatório do impeachment, mas recuou em nome “da maioria” da bancada.
Tarefas e missões
Um dia depois do impeachment, a deputada Estela Bezerra (PSB) participou ontem de duas reuniões com integrantes de movimentos contrários ao processo. Sobre as crescentes especulações de bastidores em torno da candidatura do PSB, ela preferiu dizer que sua missão nesse momento é continuar o trabalho na Assembleia. “O candidato do PSB é João”, desconversou.
BRASAS
*Sobremesa – Foi regado a coca-cola e avaliações o almoço que o deputado Rômulo Gouveia deu ontem à cúpula do PSD, em sua casa, em Brasília.
*Coincidência – Os 30 dias que o PPS fechou para definir a aliança bate com o prazo que o PSB estipulou para avaliar a candidatura de João Azevedo.
*Prevenção – Comedido, José Maranhão (PMDB) prega que seu partido não indique cargos na Comissão Especial do Impeachment no Senado.
*Cataclisma – “O governo acabou e quer destruir o país para sobreviver nos escombros”. Do senador Cássio Cunha Lima (PSDB).
*Cosmética – “Chega de maquiagem”. Foi o que disse o deputado Adriano Galdino (PSB), em sua mais nova plenária em Campina Grande.
FALA CANDINHA!
Vernáculo
Previsão de dona Candinha para a eleição em Campina Grande: “Será paroxística”!
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Quem será o interlocutor privilegiado da Paraíba no iminente governo Temer?
PINGO QUENTE
“Agora eu vou entrar no quarto turno”. Da presidente Dilma Rousseff (foto), em seu pronunciamento, dizendo que a oposição estabeleceu um terceiro turno no Congresso.
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ELEIÇÃO NA ALPB - 05/11/2024