João Pessoa, 23 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em público, socialistas sustentam apoio total ao nome do secretário João Azevedo e até ensaiam certa irritação com especulações e rumores em contrário. Nos bastidores da vida real, as sensações e diálogos são de preocupação com os rumos.
A priori, a situação poderia ser reduzida a uma guerra interna. Simpatizantes dizem que João é vítima de um processo de queimação interno, gerado por interesses contrariados, que transpõe os muros do PSB.
Setores mais críticos do partido chamam a atenção para a ausência de perspectiva, mesmo após quatro meses do lançamento e temem o avanço da candidatura do deputado Manoel Júnior e polarização com o prefeito Luciano Cartaxo.
Se depender do governador Ricardo Coutinho, o cérebro central do PSB, Azevedo fica, mas o próprio líder girassol é político pragmático. Tem cobrado de sua articulação e ouvido reflexões internas. Bom de feeling, como boa parte do PSB sente o clima de apatia da própria militância.
João é técnico respeitado e homem de bem, mas só isso não basta. A disputa pressupõe um jogo bruto e muitos outros ingredientes que a candidatura ainda não consegue esboçar. Por isso, pensadores socialistas reavaliam o quadro. Um quadro, aliás, completamente, diferente do previsto.
No plano nacional, a coisa mudou de figura. Com a iminente queda de Dilma, o PSB se vê diante da possibilidade de fortalecimento de seus maiores rivais na Paraíba, Maranhão, Manoel Júnior e Cássio Cunha Lima.
Depois de 2014, Ricardo se afastou das duas forças que o ajudaram a renovar o passe no Palácio da Redenção (Luciano Cartaxo e José Maranhão) e ao invés de uma (Cássio) passou a ter três pedras no caminho. Perder João Pessoa representa aprofundar o isolamento e criar um abismo para 2018. Esse diagnóstico leva o PSB a agir com cautela, antes de tomar qualquer nova decisão com presumidos reflexos.
Mas não há uma fórmula mágica. Perceber riscos e insistir com João é temerário, remanejá-lo da disputa a esta altura pode transmitir um atestado cabal de fragilidade e fortalecer o principal adversário. Assim, o partido usa o que tem à disposição: tempo para pensar.
Ambiente de…
“João já é candidato desde o ano passado. Mudar agora não seria bom pro nosso líder, mas ele também sabe que não podemos perder essa”.
…Preocupação
O sucinto pensamento, de considerada pétala socialista, em contato com a Coluna, sintetiza bem a preocupação do jardim girassol.
Correção de…
“Tem sim rearrumação operacional da campanha. Evitar a turma do corpo mole que só tira foto com João…”, reage outra ala socialista.
…Rotas
“Mas não há debate de troca de candidatura. João e os que o cercam precisam de espaço e de gente suando a camisa. Isso que está em pauta”, conclui.
Ausculta popular
Pré-candidato a prefeito de Patos, o deputado Dinaldo Filho (PSDB-foto) escolheu a estratégia de percorrer bairros e ouvir populares. Dinaldinho, como é mais conhecido, está realizando plenárias e formatando o discurso para enfrentar a sucessão da prefeita Francisca Motta (PMDB), prestes a ser substituída pelo deputado Nabor Wanderley (PMDB).
BRASAS
*Soma – Acumulando agora a Fundac, além da Secretaria de Desenvolvimento Social Cida Ramos ganha mais um trunfo.
*Caminho de volta – Tem vereador que se afastou de Luciano Cartaxo arrependido e querendo reconstruir pontes.
*Disponível – O deputado João Gonçalves (PDT) não acha má ideia ser candidato a vice do PSB em João Pessoa.
*Injeção – Manoel Júnior, pré-candidato do PMDB, está de fôlego renovado depois dos últimos fatos de Brasília.
*Abuso – “A Pbprev passou a ser instrumento político em temerário uso da previdência pública”. Do advogado Harrisson Targino.
FALA CANDINHA!
Bandeja
Mensagem de dona Candinha: “No dia de Tiradentes na Paraíba, pensaram em colocar mais uma cabeça na guilhotina”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Quem acredita que Raimundo Lira está indeciso?
PINGO QUENTE
“O erro de Eduardo Cunha não justifica o de Dilma”. Do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-foto).
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OPINIÃO - 22/11/2024