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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A última corda e o ato de desespero

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publicado em 10/05/2016 às 02h23
atualizado em 09/05/2016 às 23h28
flaviodinodilmaewaldir

Trapalhada: Flávio Dino usa Waldir para adiar afastamento de Dilma e só piora o desfecho da história

Triste de quem não sabe perder ou aprender na derrota. O PT e o governo provaram, ontem, que nada é tão ruim que não possa piorar. O tragicômico gesto, perpetrado pela caneta emprestada pelo até então anônimo Waldir Maranhão, passou de desespero.

Com ele, o governo assinou de uma vez por todas o recibo de que aposta até o último fôlego que vale tudo pelo poder. Ainda que esse resto de poder simbolize mais desgaste de uma gestão gravemente desprovida do respeito da sociedade pelas mentiras e atos desabonadores perpetrados.

Se a intenção era arranjar algum lenitivo para aplacar o calafrio da iminência do triste fim, o tiro saiu pela culatra. A insanidade político administrativa do presidente interino da Câmara não resiste ao menor olhar jurídico ou a um singelo exame de bom senso.

Até o presidente do Senado, Renan Calheiros, tido e havido como um peemedebista indiferente ao vice-presidente Michel Temer e um dos poucos com linha de conversa ainda aberta com o governo, não se sentiu à vontade para embarcar na nau colérica e lunática inspirada por José Eduardo Cardozo.

Como era de se esperar, o Senado não “conheceu” – expressão jurídica – da pretensão de Waldir em apagar com uma borracha o que foi votado na Câmara, com direito a quórum qualificado, após intensos debates, sob os olhares, vigilância e atestado do Supremo Tribunal Federal. O rito segue na Casa.

O circo montado só se prestou para depor contra o próprio governo, deslocado da realidade e disposto a cavar mais fundo o buraco escuro em que se meteu e empurrou o Brasil.

Saia…
De tão esdrúxula e circense, o folclórico Waldir Maranhão (PP-MA) revogou sua própria decisão no fim da noite de ontem.

…Justa
Em despacho sucinto e sem maiores explicações, o presidente interino comunicou o recuo ao Senado, deixando governistas em maus lençóis.

Sinal…
Outro Maranhão, o José e da Paraíba, rejeitou as insinuações de procrastinação no julgamento de Delcídio Amaral na CCJ.

…Verde
Vencidas as questões levantadas pela defesa, o processo do ex-líder do governo está pronto para ser votado em plenário.

cassiofrenteafrenteSandálias da humildade
Durante uma hora e dez minutos de entrevista a mim no Frente a Frente da TV Arapuan, o senador Cássio Cunha discorreu do afunilamento do processo de impeachment aos embates que trava na Paraíba com o governador Ricardo Coutinho. Quanto ao fato de sua tese de afastamento de Dilma estar prevalecendo sobre a defesa do socialista à presidente, Cássio evita tripudiar: “Não existe nesse processo vencidos e vencedores”.

BRASAS
*Coadjuvante – O PSB quer convencer o deputado Wilson Filho (PTB), bem situado nas pesquisas, a aderir e virar vice da secretária Cida Ramos.

*Na cola – O vereador Raoni Mendes (DEM) virou assídua companhia de Cida em eventos e entrevistas da pré-candidata.

*Terceirização – Para o vereador Marcos Vinicius (PSDB), Ricardo busca de todas as formas voltar a “mandar” na Prefeitura.

*Engorda – Presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), garante que ampliará o seu leque de alianças em Campina Grande.

*Digestão – Afastado da presidência do PSB de Campina, o secretário Fábio Maia se dedica a agora a escrever coluna sobre gastronomia.

*Visibilidade – Durval Ferreira (PP), presidente da Câmara de João Pessoa, intensifica suas aparições na imprensa nos últimos dias.

FALA CANDINHA!
Viagra político
Da maliciosa dona Candinha: “Impotente e sem forças, o Governo se agarrou ao Maranhão”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Quando noutra época o Brasil já assistiu a anulação da anulação?

Plenário do SenadoPINGO QUENTE
“Essa decisão não tem nenhum efeito prático”. Do senador Raimundo Lira (PMDB-foto), presidente da Comissão do Impeachment, sobre o ato de Waldir Maranhão.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB