Atuação no Senado e na guerra do impeachment projetou Cássio para a imagem nacional

Se refletir direito, o senador Cássio Cunha Lima agradecerá aos céus por ter perdido a eleição para governador da Paraíba. Tivesse vencido, estaria administrando numa crise financeira sem precedentes e amargando os mesmos dissabores de arrocho orçamentário atualmente enfrentados pelo governador Ricardo Coutinho.

A permanência em Brasília lhe deu a chance de protagonizar, ao lado de outras personalidades graduadas da cena política brasileira, a batalha que afastou a presidente Dilma Rousseff e o PT do Planalto, movimento tido por muita gente no começo de 2015 como remoto e sem muitas probabilidades de prosperar.

Como se sabe, o impeachment passou e Dilma caiu. Nesse processo, há de se reconhecer o papel ativo exercido pelo senador paraibano do começo ao fim. Cássio saiu notabilizado como uma das vozes mais autorizadas e representativas da oposição. O discurso eloqüente e a ênfase com que se postou lhe renderam aparições nacionais permanentes e fonte da grande imprensa..

Ele soube dosar entre a combatividade, quando por várias vezes enquadrou a presidente como uma mandatária desprovida de credibilidade, e o equilíbrio, na ocasião em que não tripudiou da condução coercitiva de Lula e considerou excessos áudios publicados de conversas familiares do entorno do ex-presidente.

Antes e depois do impeachment, Cássio esteve ou está em todas as rodas de grandes e decisivas reuniões. Foi, por exemplo, um dos poucos interlocutores do PSDB com Michel Temer nas costuras do Ministério. Saiu muito maior.

No desfecho da queda de Dilma, Cássio consolidou seu lugar na cúpula tucana, se cacifou com o novo presidente e terminou essa batalha perfilado na fatia majoritária do eleitorado que defendeu a saída da presidente do cargo. Para quem perdeu em 2014, esse 2016 está tendo sabor de vitória. Com um detalhe que deve ter gosto especial para ele: alcançou o que Ricardo até tentou, mas não conseguiu: a nacionalização do nome.

Portas…
Por onde anda em viagem, o secretário-executivo do Turismo, Wilbur Jácome, leva debaixo do braço a revista “Paraíba Business”.

…Abertas
O material gráfico apresenta o potencial, incentivos fiscais e as oportunidades de negócios e investimentos no Estado.

Espantando o agouro
Presidente da Fiep, Buega Gadelha (foto) mantém o otimismo. No Frente a Frente, da TV Arapuan, ontem, sustentou que nos últimos três anos a indústria paraibana cresceu, “na contramão do cenário nacional”. Acredita que a Paraíba fará o dever de casa na travessia da crise para a recuperação econômica no novo governo Temer.

BRASAS
*Menina dos olhos – O vereador Marcos Vinicius (PSDB) abriu as baterias contra Ricardo Coutinho. “Até hoje o TCE considera a Estação Ciência uma obra inconclusa”.

*Técnico – Wilson Filho (PTB) está pessoalmente convocando colegas deputados e famosos para o futebol solidário, nesta sexta à noite, no Almeidão.

*Paradoxo – Não será fácil a missão do delegado paraibano Válber Virgolino, novo secretario de Justiça do Rio Grande do Norte. Sobra boa vontade e falta dinheiro.

*Solução – Ousada e corajosa a atitude do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) em municipalizar a AACD, de Campina Grande.

*Maio da sorte – Depois do impeachment, o deputado Efraim Filho (DEM) ganhou motivo maior para sorrir: o nascimento de Maria, sua segunda filha.

FALA CANDINHA!
Onipresente
Para dona Candinha, o prefeito Luciano Cartaxo, por ser gêmeo com Lucélio, leva vantagem na eleição de João Pessoa frente aos seus concorrentes: “É o único que pode estar em dois lugares ao mesmo tempo”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
O ex-senador Ney Suassuna (por onde anda?) ainda tem saudades da Paraíba?

PINGO QUENTE
“Eu não posso apoiar quem sempre me hostilizou”. Do ex-presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo (foto), novo filiado ao PMDB, sobre Ricardo Coutinho, no 60 Minutos, da Rede Arapuan de Rádios (18h às 19h).

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