João Pessoa, 18 de maio de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
De repente, a munição foi colocada à mesa. Começou com o senador José Maranhão. Provocado, avisou: nem foi procurado e nem vai procurar o governador Ricardo Coutinho para ser interlocutor do Estado perante o Governo Michel Temer.
A justificativa de Maranhão faz sentido. Como ser ponte para um presidente considerado por Ricardo, em falas e pronunciamentos, como artífice, conspirador ou beneficiário de um ‘golpe’ institucional? De fato, soa estranho. Foi esse o mote usado pelo senador para expor a insatisfação do PMDB paraibano pela postura ofensiva adotada por Ricardo contra quem defendia o impeachment, incluindo o DEM, do clã Morais.
Cutucado com vara curta, o governador Ricardo Coutinho fez o que sua personalidade costuma recomendar. Ao invés de conciliação ou pacificação, partiu para novo enfrentamento, não levou desaforo para a Granja Santana e reagiu com mais megatons. Classificou como ‘atrasada’ a fórmula dos parlamentares que se julgam ‘agenciadores’ de contatos e interlocuções.
Foi além. O Governo decidiu intimidar o PMDB ao vazar lista de 30 nomes de indicações da legenda nomeadas na gestão. No primeiro escalão, somente o titular (Laplace Guedes) da insossa Secretaria de Turismo e a adjunta (Nilda Gondim) da esvaziada Representação Institucional em Brasília. Os demais cargos não passam de chefias e diretorias.
Se queria constranger o PMDB, conseguiu. Não pelo eventual prestígio, mas por mostrar, com letras garrafais, como o é desproporcional o tamanho da sigla na gestão que ajudou a reeleger no segundo turno.
No meio dessa briga, com final já presumido, uma constatação: o Michel Temer que serviu de elo entre peemedebistas e socialistas no segundo turno da Paraíba em 2014, com direito a presença, discurso e bençãos à aliança, é o mesmo que, agora no poder pela via traumática do impeachment, virou elemento-chave para o afastamento e ampliação do fosso entre Maranhão e Ricardo. E aí não tem nada de ideologia de ambas as partes. Apenas o choque de interesses.
Passo a…
A cada gesto, o deputado Wilson Filho (PTB) dissolve desconfianças de que não sustenta sua pré-candidatura a prefeito de João Pessoa até o fim.
…Passo
Ontem, ele liderou bem sucedido e prestigiado evento de apresentação de sua equipe de plano de governo. Falou rosado e passou confiança.
Peregrinação…
Cida Ramos está retomando estratégia semelhante a já feita pelo secretário João Azevedo com as plenárias do PSB pelos bairros da Capital.
…Socialista
Com uma diferença adicional: diferente de João, Cida começa a levar a tiracolo o governador Ricardo Coutinho, respeitado cabo eleitoral.
Divergências à parte
Com os apoios e votos dos senadores José Maranhão, Raimundo Lira e Cássio Cunha Lima, a Comissão de Assuntos Econômicos chancelou a liberação de empréstimo de US$23 milhões de dólares para a Paraíba junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os recursos serão destinados ao desenvolvimento do Turismo.
BRASAS
*Luzes – O senador Raimundo Lira (PMDB) ficou nos holofotes da imprensa ontem pelo encontro com o presidente do STF, Ricardo Lewandovski.
*Espólio – Em entrevistas, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) alertou o governo para o que chama de “herança maldita” do governo Dilma.
*Águas passadas – O deputado Hugo Motta teve encontro amistoso ontem com seu rival na disputa pela liderança do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).
*Canal aberto – O ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, recebeu para audiência o deputado Rômulo Gouveia (PSD).
*Indicação – Gouveia deve emplacar o novo presidente dos Correios na Paraíba, cargo atualmente da cota do deputado Damião Feliciano (PDT).
*Agenda local – Damião Feliciano passou o dia ontem na Paraíba e prestigiando solenidade no Palácio da Redenção.
*Casa nova – Presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB) comemorou a cessão, formalizada ontem pelo governador Ricardo Coutinho, do prédio da nova sede do Legislativo.
*Fisgada – O secretário Diego Tavares reagiu e foi pra cima do deputado Manoel Júnior: “Enquanto ele defendia Cunha, Cartaxo trabalhava”.
*Ampliação – Impressiona os relatos do crescimento da audiência da Rede Arapuan de Rádios em Campina Grande.
FALA CANDINHA!
Bis
Segundo dona Candinha, a presidente afastada Dilma Roussef arranhou um CD de tanto escutar a mesma marchinha no Palácio da Alvorada: “Daqui não saio/Daqui ninguém me tira”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Quem dará o primeiro tiro mortal do rompimento: PMDB ou PSB?
PINGO QUENTE
“Tem mácula no processo licitatório”. Do vereador Raoni Mendes (DEM-foto), voltando a carga para sustentar irregularidades na execução da obra da Lagoa.
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OPINIÃO - 22/11/2024