João Pessoa, 20 de maio de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Longe dos ‘companheiros’ da Paraíba e diante da imprensa nacional no encontro de governadores nordestinos, em Maceió (Alagoas), o governador Ricardo Coutinho foi mais moderado quanto ao processo que derrubou a presidente Dilma Rousseff e ascendeu Michel Temer ao comando do Brasil. Questionado por perguntas provocativas, teve várias chances de repetir o mantra de golpe, mas não o fez. Retratou o momento como “delicado” e pregou a reunificação do País, incluindo o povo.
Dessa vez, Coutinho preferiu ficar somente na preocupação com a interrupção do mandato e no receio de retrocessos para a democracia. Para amortecer ainda mais os questionamentos dos repórteres que cobriam o evento, o socialista dissidente, indagado se via legitimidade no novo governo, disse que era militante de projetos políticos e lembrou que votou na “chapa Dilma/Temer”.
– Esse projeto está sendo rasgado? Inquiriu um dos jornalistas: “Eu acho que estamos há apenas cinco dias, uma semana de ocorrência, eu não tenho ainda compreensão, a não ser algumas declarações soltas de um ou outro ministro, ou de um analista político”, respondeu Ricardo, em tom de serenidade e ponderação.
Se politicamente deu uma brecada, institucionalmente Ricardo Coutinho agiu certo e dentro do que se espera de um governante. A militância política não deve e nem pode se sobrepor ao caráter e deveres institucionais.
Por mais que eventual ou ideologicamente se discorde, a realidade está aí posta e de nada adiante ou vale nadar contra a maré. Governante de um estado de frágil economia e dependente do Palácio do Planalto, faz-se necessário conviver com ela. É o que tem pra hoje, diria o jovem contemporâneo. Não é oportunismo. É bom senso.
E isso não vem a ser nenhuma novidade. Em várias oportunidades, Ricardo já demonstrou que sabe se amoldar às circunstâncias políticas e de conjuntura. Bebe na fonte da velha lição do escritor cearense José de Alencar: “A ocasião faz o homem”.
Via…
Ainda não houve uma conversa formal. É o que garante o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre encontro com o colega José Maranhão (PMDB).
…Aberta
“Mas eu tenho conversado com ele no Senado. Sentamos lado a lado e a relação tem fluído bem”, disse, prevendo encontro para a próxima semana.
Polêmica à vista
Vereador licenciado e secretário de Turismo, Fernando Milanez (foto) voltou à cena. De cara, propõe que o prédio da Assembleia, prestes a ser transferida para a Epitácio Pessoa, seja repassado para a Câmara de João Pessoa. “É uma forma de preservar a essência da Praça dos Três Poderes. Ricardo, que teve a Câmara como berço, não negará isso”, assinalou.
BRASAS
*Seguro morreu de velho – Após os acenos mútuos de PMDB e PSDB, tucanos da Capital ligaram as antenas e querem apressar a definição da sigla.
*Plugado – Ex-secretário-executivo de Comunicação do Estado, o jornalista pernambucano Paulo André, mesmo no Recife, se mantém atento à cena da Paraíba.
*Saúde – Evaldo Costa, paraibano e ex-secretário de Imprensa de Pernambuco, se recupera com sucesso de procedimento cirúrgico que realizou mês passado.
*Morde e assopra – O irado deputado Tião Gomes (PSL) sugere que o PMDB entregue os cargos; o líder Hervázio Bezerra (PSB) prega pacificação.
*Sedução – A articulação de Luciano Cartaxo que se cuide. Tem pétala dos girassóis trabalhando pela conversão do PHS, de Expedito Leite.
FALA CANDINHA!
Astro da vez
Convidada para participar do Futebol Solidário, promovido pelo deputado Wilson Filho (PTB) hoje à noite no Almeidão, Dona Candinha encasquestou e disse que não iria. “Não chamaram Waldir Maranhão, o maior de todos os artistas da Câmara”. Fez cara feia e se emburrou.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O que Manoel Júnior, Rômulo Gouveia e Lígia Feliciano pensam quando ouvem Ricardo criticando Cartaxo por desprestígio ao vice Nonato Bandeira?
PINGO QUENTE
“Eu não terei medo da Justiça”. Do deputado Frei Anastácio (PT-foto), sobre a decisão da Justiça Federal que proíbe MST de fechar estradas na Paraíba.
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