João Pessoa, 23 de maio de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ventilada e trabalhada nos bastidores pelo presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, a proposta de reunião de todas as forças de oposição ao governador Ricardo Coutinho em João Pessoa, já no primeiro turno, é ousada, porém difícil de ser operada.
Ruy defende que, com desprendimento e lógica política, é possível juntar no mesmo palanque o prefeito Luciano Cartaxo, o PMDB e o PTB, dos pré-candidatos Manoel Júnior e Wilson Filho, respectivamente, e o PSDB, do senador Cássio Cunha Lima e do ex-senador Cícero Lucena.
Para Carneiro, a junção de forças em 2016 seria o passo inicial de um pacto mais amplo para 2018, quando Ricardo não poderá mais ser candidato à reeleição, fecha um ciclo político e as chances da oposição voltar ao poder se ampliam.
De cara, a coligação tiraria de Ricardo as duas lideranças capitais da sua reeleição em 2014; o prefeito Luciano Cartaxo, cuja adesão deu perspectiva a Ricardo em João Pessoa, e o PMDB do senador José Maranhão, essencial para o desequilíbrio do segundo turno, depois de um primeiro turno de vitória para Cássio.
No meio do caminho da tese de Ruy, duas dificuldades práticas. Não é fácil costurar uma chapa em João Pessoa, que abrigue os anseios de todas essas siglas. O que o PMDB e o PTB ganhariam em troca? Cartaxo, lembrado para 2018, está disponível a ceder a vice e ficar refém de outra legenda? Os tucanos, aliados de três anos, aceitam o PMDB furar a fila?
Como juntar e contemplar todas essas forças numa chapa em 2018, diante de um senador José Maranhão ávido e se mexendo para tentar voltar a disputar um quarto mandato de governador e do grupo de Cartaxo sonhando com a possibilidade de chegar bem no pleito estadual e oferecer-se como alternativa à sucessão de Ricardo? Além do mais, o acordo não pode prescindir de uma vaga para o senador Cássio Cunha Lima.
A tese de Ruy é atraente, complicado mesmo é colocá-la em prática. Por uma razão simples: são muitos interesses para caber numa chapa só.
Cartas…
Durou aproximadamente uma hora a conversa entre Ruy Carneiro e Lucélio Cartaxo, presidente do PSD de João Pessoa, sábado à noite.
…Na mesa
No encontro, os dois avaliaram e cogitaram diversos cenários da disputa e possibilidades de alianças entre PSD e PSDB, em João Pessoa.
De repente…
“Verso de pé quebrado”. Do vice-prefeito de Campina Grande, Ronaldinho Cunha Lima (PSDB-foto), à Coluna, ao comentar a foto do vereador Bruno Farias (PPS), conhecido pelo apreço à poesia, de camisa laranja, elogiando o governador Ricardo Coutinho, no evento de adesão do PPS ao PSB. Em prosa, foi além: “Um jovem que se perdeu no caminho e envelheceu antes do tempo”.
BRASAS
*Correria – Pré-candidata do PSB, Cida Ramos tem se desdobrado para dar conta da agenda lotada de compromissos dos últimos dias.
*No ar – Hoje à noite, ela estará Frente a Frente comigo, às 21h30, atração da TV Arapuan que se consolidou no segmento de entrevistas políticas e debates.
*Sonoca 300 – É o nome do aparelho de neurocirurgia de alta precisão para aspiração ultrassônica de tumor cerebral já em atividade no Trauma de Campina Grande.
*Cativando – Nas andanças pelo Interior, a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) chama atenção pela natural simpatia e leveza no trato.
*Chapa – Em Cajazeiras, o dilema do grupo da prefeita Denise Oliveira (PSB) está na escolha do vice: o preferido é Júnior Araújo, vetado por Ricardo.
FALA CANDINHA!
Perguntinha básica
De dona Candinha sobre aproximação de caciques peemedebistas e tucanos na Paraíba: “Já combinaram com os índios Dinaldinho e Chica Motta, em Patos, e os Toscano e os Paulino, em Guarabira?”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O projeto do Parque Parahyba morreu como a candidatura de João Azevedo?
PINGO QUENTE
“A realidade do PSDB é uma, a do PMDB é outra”. Do deputado federal Veneziano Vital (PMDB-foto), para que não há lógica de aproximação das duas antagônicas legendas na Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024