João Pessoa, 19 de julho de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Parece, mas não é tão simples para o PMDB a decisão que bate à porta do partido em João Pessoa. Com a candidatura do deputado federal Manoel Júnior praticamente desmobilizada, a sigla se debruça sobre duas hipóteses.
A mais atraente: indicar o vice na chapa do prefeito Luciano Cartaxo. A mais delicada: continuar na aliança de aparências com o PSB, do governador Ricardo Coutinho.
Aparentemente, a primeira opção é a mais plausível. Até esta tem um miolo de senões. A vice só desperta maior tesão político se vier acrescida da expectativa de ascensão com eventual desincompatibilização no cenário do prefeito reeleito e participação na gestão na primeira fase.
Não há, porém, como sentenciar que Cartaxo, em vencendo a disputa, vá mesmo se afastar do cargo em abril de 2018 para disputar algum cargo na sucessão estadual. Portanto, o que é mais apetitoso para o PMDB é uma hipótese que depende de uma construção e um aprofundamento da relação.
A segunda tese, e mais remota, é a indicação do vice na chapa do PSB. Na prática, o PMDB fingiria que está tudo bem na convivência insossa com o governo, tentaria aumentar seus espaços na gestão, ainda que provisoriamente, e apostaria num fio de esperança de reciprocidade em 2018.
Por óbvio, a composição com Luciano tem mais chances de prosperar pelo conjunto da obra e perspectivas de futuro, numa aliança maior com o PSDB, do senador Cássio Cunha Lima, embora Maranhão deixe a porta aberta com Ricardo até a undécima hora.
Uma constatação, entretanto, deve tirar o sono dos peemedebistas. Nas duas mais fortes possibilidades, o partido caminha para consolidar um papel de coadjuvante. O antônimo das quase duas décadas de protagonismo na cena política paraibana.
Mão…
Se depender do secretário de Articulação do Estado, Trócolli Júnior, PMDB e PSB voltam à sentar à mesa e repactuam a avariada aliança.
…Estendida
Ontem no Frente a Frente, da TV Arapuan, Trócolli disse que as “pontes” entre as duas legendas “continuam de pé”.
Vale a pena ver de novo
Ainda no Frente a Frente, os ex-deputados Avenzoar Arruda, hoje no PSOL, e Nadja Palitot (PMDB), ex-contemporâneos de Ricardo Coutinho na Câmara de João Pessoa, foram confrontados com uma pergunta: diante da ascensão de Ricardo e do estágio deles sem mandato, onde erraram e onde o socialista acertou? Ambos tiveram a mesma resposta: Coutinho se “adequou” melhor às circunstâncias políticas.
Velhos problemas, novos desafios
“O político é a imagem e semelhança da sociedade”. Do suplente de deputado federal, André Amaral (PMDB-foto), na MaisTV, prestes a assumir com a licença do titular Veneziano Vital (PMDB). Filiado a um partido de raposas políticas, o jovem de 25 anos tem o desafio de apresentar algo ‘novo’. Tarefa difícil em tempos de tantas práticas velhas.
BRASAS
*Nada de toalha – Em contato com a Coluna, Ronaldo Filho (PSDB) pontuou: “Abri mão da vice para ajudar ampliar a aliança de Romero, um prefeito sério e trabalhador”.
*Concorrência – Já o novo chefe de Gabinete do Prefeito, Manoel Ludgério (PSD), disse que não há resistência à vice de Romero: “Tem gente fazendo fila”.
*Injeção – O PSDB estadual tem, na medida do possível, se comprometido em ajudar seus candidatos a prefeitos no Interior da Paraíba.
*Ânimo – O partido oferece a estrutura básica da campanha e anima os filiados. Nada mal para quem está fora do poder no Estado.
*Isolamento – O PT paraibano fechou definitivamente as portas para alianças com partidos decisivos para o impeachment. Oito no total.
*Canal – Em Taperoá, o empresário George Farias, da oposição, e o ex-prefeito Deoclécio Moura (PMDB), rompido com o prefeito, abriram conversas.
FALA CANDINHA!
Sozinho
De dona Candinha sobre a nova resolução petista que proíbe alianças com partidos com os quais foi aliado e agora não quer conversa porque estes votaram no impeachment de Dilma: “O PT voltou a ser o velho PT: isolado”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Passada a eleição municipal, a base governista segura o acordo com o deputado Gervásio Filho na Assembleia?
PINGO QUENTE
“A política não pode ser meio de vida”. Do deputado estadual Anísio Maia (PT-foto), pregando que seu partido volte à esquerda.
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OPINIÃO - 22/11/2024