João Pessoa, 02 de agosto de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pela primeira etapa de munição usada ontem pelo secretário Luís Tôrres, na entrevista a mim no Frente a Frente, da TV Arapuan, o Governo já definiu o arsenal a ser usado para tentar desconstruir três inimigos principais em João Pessoa; o rompimento do PMDB, a formação do ‘Blocão” e a tendência de reeleição do prefeito Luciano Cartaxo.
Os primeiros tiros foram na direção do PMDB. Para Luís, o partido se apequenou no debate da saída do governo. “Só se falou no tamanho da participação em cargos”, cravou o secretário, acrescentando que José Maranhão tem na gestão uma lista de cargos tão grande, que demoraria pelo menos até as eleições para exonerar uma por uma, de “A a Z”.
Uma declaração forte, porém desfocada por um pequeno problema. A revelação atropela o discurso de que o governo não faz loteamento político. O governo cobra debate mais republicano, mas passa na cara os empregos que deu ao maranhismo?
De verve cortante, Tôrres questionou a motivação central que une PSD, PMDB e PSDB no mesmo palanque. “É uma união para destruir Ricardo, não para construir nada”, criticou, levantando uma interrogação: “Eles estão se unindo pra quê mesmo? Onde está João Pessoa nesse acordo”? É a cobrança por conceitos e resultados práticos para o cidadão.
A terceira rajada tem alvo certo: Luciano Cartaxo. Na leitura socialista, a tendência de reeleição do prefeito, cada vez mais forte com os últimos ventos, é como casa de palha; não se sustenta aos primeiros sopros de “verdade”. Luís compara o desafio do PSB nessa eleição ao embate de 2014, quando Cássio gozava de amplo favoritismo, mas viu a imagem de gestor desconstruída ao longo da campanha.
O Jardim Girassol, via o seu mais autorizado porta-voz, sinalizou, também, operação para associar Luciano à carga negativa de Eduardo Cunha, com a inserção do deputado Manoel Júnior na chapa. “Não se assustem se Cunha começar a ter influência na gestão”, provocou o secretário.
Na guerra em João Pessoa, Luís Tôrres mirou e deflagrou os primeiros disparos. Com pouco tempo para ferir o rival, o governo não pode errar o alvo e nem acertar em qualquer canto. O tiro é curto e exige precisão. Só tem efeito se pegar em órgão vital. Por enquanto, só raspão.
Cadeira…
Na entrevista, Luís Tôrres, promissor jornalista da nova geração, se revelou mais maduro e à vontade na sua missão institucional.
…Cativa
Consagrado no exercício jornalístico, Tôrres consolidou seu nome na galeria de eficientes secretários da pasta e lugar de proa no time ricardista.
Prato frio
Mesmo diante da longeva carreira e indiscutível experiência, muitos se surpreenderam com a cartada do senador José Maranhão (PMDB-foto), ao romper com o governo, depois de ouvir propostas de emissários socialistas, de sentar com Ricardo Coutinho, de ventilar apoio à candidatura do PSB e fazer o maior mistério. Esperou a hora certa e deu um bote mortal.
BRASAS
Dia D – O senador Cássio Cunha Lima e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) têm conversa decisiva hoje em Brasília. Na pauta, aliança em Campina Grande.
*Segurando – Daniella Ribeiro (PP) ainda nega que o pai, Enivaldo Ribeiro, seja o vice de Romero, como se especula.
*Cabedelo – Fernando Sobrinho (DEM) e o núcleo de sua candidatura foram dormir tarde ontem, articulando…
*Mais – Chico Mendes (PSB), candidato a prefeito de São José de Piranhas, defende a ampliação das conquistas do mandato de Domingos Neto (PMDB).
*Nocaute – Em Mogeiro, são fortes os rumores de desistência de uma candidatura de oposição.
FALA CANDINHA!
Tanto quanto
Segundo Dona Candinha, o prestígio de Maranhão era muito grande no governo Ricardo: “Era pau a pau com Fábio Maia”, completou a velhinha, com sorriso maroto nos lábios.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O que Veneziano e Nabor ganharão do PSB em troca da dissidência do PMDB em João Pessoa?
PINGO QUENTE
“Eu não acredito em político Copa do Mundo”. Do deputado estadual Galego Souza (PP-foto), ironizando Jarques Lúcio (DEM), candidato a prefeito adversário em São Bento.
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OPINIÃO - 22/11/2024