João Pessoa, 16 de agosto de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não faltou entrega. Não faltou luta. As meninas do Brasil correram por 60 minutos, brigaram, se jogaram no chão da quadra da Arena do Futuro. Todo o esforço, porém, não foi suficiente para bater a atual vice-campeã do mundo. Na primeira Olimpíada em que entrou como favorita a um inédito pódio, a seleção feminina de handebol mostrou nervosismo, errou nos momentos em que não podia e ficou pelo caminho. Caiu diante da Holanda por 32 a 23, novamente nas quartas de final, assim como em Londres, no revés para a Noruega. Se vencesse, a equipe seria a primeira do continente americano a ir tão longe em Jogos Olímpicos, só que o peso da responsabilidade de atuar com tanta pressão por um resultado grandioso pesou.
Além da eliminação, a derrota marca a despedida de uma geração que mudou o patamar da modalidade no Brasil após o histórico título mundial em 2013, na Sérvia, mas que no Mundial seguinte, em dezembro passado, caiu nas oitavas para a Romênia. A capitã Dara já havia anunciado a aposentadoria. Dani Piedade, a mais experiente do grupo, é outra que se despede. E Alê Nascimento também deixou em aberto se continua ou não. Estreando em Olimpíada, a Holanda, que cresce na modalidade a passos largos, espera agora o vencedor do jogo entre França e Espanha, que duelam ainda nesta terça-feira.
Para vencer a seleção, a Holanda fez uso justamente da principal arma brasileira. Derrotadas pelo país no Mundial de 2013, as europeias aprenderam a marcar. E fizeram isso como nunca. Lá na frente, atacaram como sempre, com eficiência, e venceram o até então paredão chamado Babi. Apesar da despedida precoce e de novamente encontrar o fantasma das quartas de final em Olimpíada, as meninas do Brasil deixaram a quadra ovacionadas e aplaudidas pelo público.
A Holanda começou melhor a partida. Marcando bem, as europeias evitaram os primeiros ataques do Brasil. Com quatro minutos, elas venciam por 1 a 0. As meninas empataram com Alê em jogada na ponta, mas o duelo começou bem nervoso. Smeets e Malestein colocaram 3 a 1 para as holandesas no minuto sete. O segundo gol brasileiro veio apenas aos nove, com Fernanda em outra jogada na ponta. Em linda jogada na ponte aérea, Ana Paula passou a bola para Alê, que no ar, “levitando”, empatou em 3 a 3. Com 13 minutos, Ana Paula virou a partida para a seleção.
Na metade do período, a Holanda voltou a colocar dois gols de vantagem com tentos de Snelder e Heijden. Malestein, no contra-ataque, ampliou para 7a 4 com 17 minutos de primeiro tempo. Lutando contra uma defesa que muito lembrou a do Brasil, o time seguia com dificuldades. Babi pegou pênalti de Estavana Polman, mas na sequência Smeets colocou 8 a 5. A seleção, porém, não desistia, e dois gols seguidos, de Fran e Deonise, trouxeram a diferença para 8 a 7. Nos últimos minutos da primeira etapa, o Brasil seguiu correndo atrás da Holanda e foi recompensado. Fernanda fez mais um gol de pênalti e o time foi para o vestiário perdendo por 12 a 11.
Angela Malestein comemora gol em jogo que eliminou o Brasil da Olimpíada (Foto: Reuters)
Na volta da segunda etapa, a Holanda parecia mais ligada. E isso se reverteu no placar. Com quatro minutos, a seleção ainda não havia feito gol, e as holandesas marcaram quatro vezes, colocando 15 a 11. Em sua melhor atuação na Olimpíada, Fernanda anotou mais dois gols, chegou ao sexto, e o Brasil colocou em 15 a 13. Além da dificuldade em quadra, a arbitragem irritava as meninas. Duda levou suspensão de dois minutos, o técnico Morten reclamou e levou cartão amarelo. A ansiedade chegou em quadra e o Brasil errava passes bobos. Na metade do período, perdia por 20 a 15.
Com 18 minutos, Alexandra converteu pênalti e diminuiu a vantagem das europeias para 22 a 17. A defesa brasileira, contudo, não funcionava. Depois de tomar um gol, Fran foi rápida e de longe empolgou o público, mantendo a diferença em cinco: 23 a 18. Sem conseguir uma reação rápida, as meninas foram para os últimos oito minutos perdendo por 25 a 19. Fran e Alê rapidamente diminuíram para 25 a 21. No contra-ataque para trazer para a menor diferença, Fran sofreu falta, a arbitragem ignorou. Faltando quatro minutos, Ana Paula ainda dava esperanças ao marcar e colocar 26 a 22. Heijden e Malestein complicaram de novo com 28 a 22. Arriscando tudo, o time errou, muitas choraram antes da derrota, e o Brasil caiu para a Holanda por 32 a 23.
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OPINIÃO - 22/11/2024