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Senado aprova indicação de Sérgio Amaral para embaixada nos EUA

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publicado em 16/08/2016 ás 18h09
atualizado em 16/08/2016 ás 18h10

O senado aprovou nesta terça-feira (16), por 36 votos favoráveis e 9 contrários, a indicação do diplomata paulista Sérgio Amaral para assumir o comando da embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos. A indicação já havia sido aprovada pela Comissão de Relações Exteriores da Casa na semana passada, após sabatina do diplomata.

Diplomata de carreira do Itamaraty, Sérgio Amaral tem 72 anos. Graduado em direito e ciências sociais pela Universidade de São Paulo, ele ingressou no Ministério das Relações Exteriores em 1971.

Ao longo da carreira diplomática, atuou em vários países, tendo duas passagens por Washington no currículo (1984 e 1992).

Entre 2001 e 2003 – no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – Amaral comandou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Ele também atuou como porta-voz de FHC na Presidência entre 1995 e 1999.

Impeachment
Durante a sabatina na Comissão de Relações Exteriores, Sérgio Amaral comentou o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e os reflexos gerados no exterior.

Na avaliação do diplomata, a embaixada do Brasil em Washington terá de fazer um trabalho de esclarecimento do processo para desconstruir a imagem de que o possível afastamento definitivo de Dilma foi um golpe.

“Caso seja confirmado o impeachment, essa questão vai naturalmente se desenvolver e, sobretudo, mediante um trabalho de explicação. Isso vai exigir da embaixada, sobretudo, um trabalho de esclarecimento de como funcionam as questões constitucionais no Brasil, os procedimentos, e como a opinião pública”, ressaltou o diplomata aos integrantes da comissão.

Amaral citou uma conversa que teve com um professor norte-americano que veio ao Brasil e, segundo ele, disse que achou que encontraria “tanques de guerra nas ruas, prisioneiros políticos, parlamento cercado e judiciário sob pressão”, mas encontrou outra realidade.

“Com todo respeito aos contrários ao impeachment, eu acho que isso vai ter uma evolução natural e as pessoas vão entender melhor as coisas que estão acontecendo no país”, disse.

Eleição nos EUA
Em meio à sabatina na comissão do Senado, Sérgio Amaral também comentou a corrida pela presidência dos Estados Unidos. O diplomata citou alguns pontos dos programas dos candidatos Donald Trump e Hillary Clinton e disse que o republicano defende um conjunto de medidas “absolutamente exóticas”.

“Trump foge às regras, aos padrões da política interna americana. Ele é um outsider mesmo dentro do partido dele. Defende um conjunto de medidas absolutamente exóticas, para não dizer, em alguns casos, com pouco fundamento, como a construção de um muro para separar os EUA do México para proibir a imigração de cidadãos de estados onde se pratica o terrorismo”, analisou Amaral.

O ex-ministro também disse que, caso Trump seja eleito, terá de fazer ajustes ao seu programa de governo para se adequar às instituições norte-americanas, como o Congresso, a impressa e o Judiciário.

Comércio exterior
O diplomata também declarou que o Brasil precisa se adequar, em questões regulatórias, a padrões internacionais de formas de produção e fiscalização para viabilizar as trocas comerciais de produtos e serviços com parceiros.

“A questão regulatória se transformou no centro da atuação do Estado. E isso vai exigir uma série de negociação entre países para se ter essa convergência regulatória”, enfatizou.

G1