João Pessoa, 06 de setembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma ministra negra do governo socialista francês, Ericka Bareigts, declarou-se nesta terça-feira (6) “consternada” pelas palavras de um prefeito próximo à extrema-direita que afirmou que ser francês é “também ser europeu, branco e católico”.
“Consternada. Esta França não existe. Aos que sonham com a uniformidade, oponho a riqueza de nossa diversidade”, tuitou a ministra de Ultramar.
Na segunda-feira, o prefeito da cidade de Béziers, Robert Ménard, conhecido por suas provocações e sua hostilidade à imigração, declarou à rede de televisão LCI que “ser francês é também (…) ser europeu, branco e católico”.
O prefeito, que já provocou polêmica em maio de 2015 ao se referir à grande proporção de alunos de confissão muçulmana, voltou a fazê-lo na segunda-feira ao se referir a uma classe de Béziers que tem “91% de alunos muçulmanos”, acrescentando: “Evidentemente é um problema, há níveis de tolerância”.
Quando ainda não era ministra, Ericka Bareigts, na época deputada, já havia criticado as palavras pronunciadas em setembro de 2015 pela eurodeputada conservadora Nadine Morano, que havia dito que a França é um “país de raça branca”.
“Para mim, deputada negra da República, a França descrita pela senhora Morano não é a minha”, afirmou no Parlamento, provocando aplausos da esquerda.
Oito meses antes da eleição presidencial na França, os temas de identidade e da imigração estão onipresentes nos discursos políticos de todas as tendências.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024