João Pessoa, 14 de setembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O vereador João Galdino de Souza (PSDB), conhecido como Professor Galdino, foi detido na manhã desta quarta-feira (14) dentro da Câmara de Curitiba por guardas municipais. Ele é acusado de agredir e assediar sexualmente a vereadora Carla Pimentel (PSC) em uma sala anexa ao plenário. Outros parlamentares confirmam a agressão.
Levado numa viatura da Guarda Municipal, Galdino foi para um distrito policial. Carla, que é missionária evangélica, também seguiu para a delegacia para registrar boletim de ocorrência.
Fontes ouvidas pelo UOL, que pediram para não serem identificadas, disseram que Galdino se ofereceu para ir ao distrito no próprio carro, o que foi recusado pelos guardas.
Do distrito policial, Galdino foi levado à Delegacia da Mulher, onde o caso será apurado. Carla Pimentel e outros vereadores também foram para o local.
“Estávamos [numa sala anexo ao plenário, conhecida como sala do cafezinho] conversando. Galdino puxou um santinho [do irmão, que é candidato a vereador] para mostrar, e ofereceu para Carla. Ela guardou-o; ele pediu de volta. Como ela se negou, ele saltou sobre a mesa a que estava sentado e apoiou as mãos sobre o corpo dela”, contou o vereador Bruno Pessuti (PSD).
“Ele a assediou, passou a mão nela. Quis agredi-la, mas se aproveitou da situação. Depois, disse que ela não era mulher de Deus, que não era pessoa certa. Irei à delegacia prestar depoimento”, afirmou o vereador.
“Ele [Galdino] se jogou em cima da mesa em direção ao peito dela. Deu a sensação de estava se aproveitando do momento para ter contato físico com a vereadora”, disse o vereador Jonny Stica (PDT).
“Galdino voltou para a sala e começou a nos agredir verbalmente, nos chamando de mentirosos.”
Em vídeo publicado em seu perfil em rede social, gravado a caminho da delegacia, Carla Pimentel diz que “a gente não pode aceitar as mulheres apanhando”
Outros vereadores que presenciaram a ocorrência –Beto Moraes (PSDB), Rogerio Campos (PSC) e Helio Wirbiski (PPS)– foram à delegacia prestar depoimento.
A vereadora Noemia Rocha (PMDB), corregedora da Câmara, já anunciou que abrirá processo contra o tucano. “Vou ouvir os dois vereadores e encaminhar ao Conselho de Ética. A vereadora relatou assédio sexual. Pela gravidade do assunto, cabe cassação de mandato.”
Galdino já é alvo de uma representação no Conselho de Ética por ofensa e assédio moral a servidores da Comunicação da casa. Ele usou, em plenário, o termo “cabaço” para se referir a uma funcionária.
A assessoria de imprensa de Galdino diz que não houve agressão, e que se trata de “armação política”. O UOL já solicitou uma entrevista com o parlamentar.
Vereador em segundo mandato, Galdino é conhecido por usar um jaleco branco de professor, ultimamente acompanhado, inclusive em ambientes fechados, por um par de óculos escuros –ele diz sofrer de fotofobia.
Em seu perfil no site da Câmara, diz ter lecionado história, inglês, francês e alemão, além de ter vivido na Europa e no Japão.
Galdino já é alvo de uma representação no Conselho de Ética por ofensa e assédio moral a servidores da Comunicação da casa. Ele usou, em plenário, o termo “cabaço” para se referir a uma funcionária.
O tucano não é candidato à reeleição. Seu irmão, Edu Galdino, que se apresenta com os mesmos jaleco branco e óculos escuros do atual vereador, , disputa mandato na Câmara. Edu usa, inclusive, o mesmo nome de urna e jingle de campanha do irmão.
MUDANÇAS - 25/09/2024