João Pessoa, 15 de setembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em busca da manutenção dos votos dos partidos que davam sustentação a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Câmara, o presidente Michel Temer irá receber na tarde desta quinta-feira (15), no Palácio do Planalto, os líderes do chamado “Centrão”, bloco que reúne legendas de centro-direita da casa legislativa. O grupo é formado por PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL.
O encontro ocorrerá apenas três dias depois de Cunha perder o mandato em uma votaçãoque contou com apoio, inclusive, de integrantes do próprio grupo partidário idealizado pelo peemedebista. Temer pretende assegurar os votos do “Centrão” mesmo após a cassação do principal líder do bloco.
O vácuo de liderança no “Centrão” tem gerado disputas internas entre os integrantes do grupo, que já estão de olho na eleição para a presidência da Câmara, em fevereiro de 2018.
Os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF) são alguns dos nomes do bloco cotados nos bastidores para tentar disputar a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Casa.
O Planalto está preocupado que a disputa de poder pelo espólio político de Cunha possa gerar um racha na base aliada. Ex-presidente da Câmara e profundo conhecedor dos meandros políticos da casa legislativa, Temer decidiu conversar imeadiatamente com expoentes do “Centrão” para acalmar os ânimos e se certificar que bloco vai continuar dando votos ao governo.
Em maio, cinco dias após o peemedebista assumir interinamente o comando do Palácio do Planalto, os líderes dos partidos do bloco anunciaram apoio ao governo do peemedebista.
Foram chamados para a reunião desta quinta lideranças de PMDB, PP, PR, PTB, PSD, SD, PSC e PRB. Juntas, as oito legendas governistas somam 252 deputados, equivalente a 49% das cadeiras da Casa.
A história do bloco
O “Centrão” foi criado no final do primeiro mandato da agora ex-presidente Dilma Rousseff, inicialmente com o nome de “Blocão”, e era formado por uma fatia dos partidos que integravam a base aliada da petista.
Capitaneado por Cunha, que à época do surgimento do bloco era apenas o líder do PMDB na Câmara, o grupo de partidos governistas se aglutinou em torno das insatisfação dos deputados com as supostas quebras de acordo na liberação de emendas parlamentares de 2013 e com o fato de, na ocasião, o Palácio Planalto ter trancado a pauta da casa legislativa ao carimbar projetos de seu interesse com o regime de urgência constitucional.
No início de 2015, o bloco que nasceu de um motim na base aliada de Dilma patrocinou a candidatura de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. A vitória esmagadora do peemedebista sobre o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) – candidato que contou com o apoio e o empenho de ministros do governo Dilma –, deu força política ao grupo partidário, que, então, começou a ser chamado de “Centrão”.
Nos tempos áureos de poder de Cunha, ao longo de 2015, o bloco impôs diversas derrotas a Dilma na Câmara, aprovando uma série de “pautas-bomba” que corroeram irreversivelmente a base de apoio político da petista na Casa.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024