João Pessoa, 22 de setembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Apesar de toda a sedução da economia e vantagens, onde foi instalado o Uber está longe de ser uma unanimidade, mas em cada lugar que chega é alvo certo de polêmica, como está se tornando agora no debate de sua implantação em João Pessoa, capital da Paraíba.
Apresentado estrategicamente como carona paga, o dispositivo é, na verdade, um serviço alternativo ao táxi, que se livra de toda a burocracia, alvarás, licenças e concessões de regulamentação. Portanto, um meio comercial, via aplicativo, encontrado para operar sem os ditames legais.
Noutras partes do mundo há muitas dúvidas sobre as garantias dadas pela empresa de rigor na seleção de motoristas. Questiona-se também o Uber por violação das leis trabalhistas, já que não considera seus operadores como funcionários.
Há o perigo do precedente que se abre com a liberação do Uber, um grupo altamente organizado e detentor de um poderoso lobby jurídico, financeiro e político. Seria o caminho para que outros serviços se sobreponham, sem licença e sem regulamentação, aos já existentes e legalmente constituídos, como o transporte coletivo, por exemplo?
Essa é uma questão a ser analisada com parcimônia do ponto de vista legal e das conseqüências. O consumidor, porém, pouco está preocupado com burocracias e fundamentos jurídicos. Para ele, o que interessa é preço baixo, rapidez e conforto que o Uber vende na sua vitrine.
Esse debate tem um lado positivo e leva o serviço de táxi a ser imediatamente repensado, se quiser sobreviver. De fato, o modelo atual deixa muito a desejar e revela certo comodismo da categoria por inovações e criatividade, em que pese alguns avanços. Aprimorá-lo, repensá-lo, inclusive sob o aspecto da tarifa, é o mais razoável. Ao invés de exterminá-lo com uma concorrência desleal e predatória.
Dois…
Às portas das eleições, a polêmica já obrigou pronunciamento dos candidatos à prefeitura de João Pessoa.
…Lados
Luciano Cartaxo (PSD) e Cida Ramos (PSB) são contra. Já o Professor Charliton e Victor Hugo (PSOL) se dizem favoráveis.
Tensão nos quarteis
No esquadrão girassol, a ordem é jogar tudo e toda a estrutura política nessa reta final para avançar com a candidatura de Cida Ramos (PSB). No pelotão de Luciano Cartaxo (PSD), a recomendação é pé no chão e cautela para administrar a vantagem nos instantes finais do jogo.
BRASAS
*Grupelhos – “O TJ já virou palanque faz tempo”, de um desembargador após ler o presidente Marcos Cavalcanti se dizendo contra eleição direta para evitar ‘politicagem’.
*Entrevista – Eduardo Cunha acossou a ‘covardia’ de Manoel Júnior (PMDB) e elogiou a ‘fidelidade’ de Wellington Roberto.
*Lava Jato – A comunicação da campanha de Romero Rodrigues (PSDB) explora as citações que complicam o ministro Vital do Rêgo.
*Fator surpresa – Aliados do deputado Adriano Galdino (PSB) ainda acreditam que ele pode surpreender no resultado final em Campina Grande.
*Fermento – Nem bem assumiu a AL, o deputado Gervásio Filho (PMDB) começa a aumentar o raio de sua base de apoios nos municípios.
FALA CANDINHA!
No seco
De Dona Candinha: “A Lava Jato não passou Mantega em Guido”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
A esta altura, é melhor ser elogiado ou criticado por Eduardo Cunha?
PINGO QUENTE
“Não quero me arriscar a ir preso”. Do publicitário André Toretta, fora das campanhas deste ano por conta das mudanças nas regras eleitorais e cerco às agências publicitárias.
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