João Pessoa, 25 de setembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou neste domingo (25) que pelo menos 139 pessoas morreram nos últimos dias devido aos ataques na parte leste de Aleppo, no norte da Síria, que vive a “pior semana” nos seis anos do conflito armado que abala o país.
“São dias apavorantes. Não há nada que justifique o que está ocorrendo diante dos nossos olhos”, afirmou o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, em discurso realizado durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.
Segundo ele, além das 139 vítimas dos ataques registrados no leste de Aleppo, a área mais atingida, outras 74 pessoas morreram na zona rural próxima da cidade, o que eleva o total para 213 mortos.
O enviado especial da ONU indicou ainda que cerca de 275 mil pessoas estão sitiadas, sem alimentos nem água potável, no leste de Aleppo.
A cidade segue mergulhada no horror, após uma nova noite de bombardeios dirigidos pelo regime sírio e seu aliado russo neste sábado (24). Depois de uma semana de conversas diplomáticas infrutíferas, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu novamente a pedido dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.
Os países ocidentais querem tentar frear a ofensiva lançada na sexta (23) pelo regime sírio e a Rússia para reconquistar os bairros insurgentes de Aleppo. Entre as vítimas das bombas lançadas há três dias, estão inúmeras crianças e mulheres soterrados pelos escombros dos prédios destruídos.
As 250 mil pessoas que moram nos bairros rebeldes não recebem ajuda externa há quase dois meses e não têm acesso à água corrente desde sábado (24) por causa dos bombardeios, segundo a Unicef.
‘Consternado’
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou no sábado estar “consternado” com a escalada militar na cidade. “A aparente utilização sistemática de armas incendiárias e bombas, particularmente em zonas habitadas, pode constituir um crime de guerra”, disse.
A União Europeia denunciou “uma violação inaceitável da lei humanitária internacional”. Em um comunicado comum da UE, Estados Unidos e os chanceleres da França, Itálila, Alemanha e Grã-Bretanha apontam claramente a Rússia como responsável pela retomada dos combates.
Aleppo é disputada pelas forças do regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, e rebeldes desde o verão de 2012, quando os insurgentes conseguiram conquistar grandes áreas do município, o segundo maior do país e um dos mais castigados pelo conflito.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024