João Pessoa, 04 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira seu Panorama da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), mantendo as previsões que havia feito em julho para o Brasil: recessão de 3,3% neste ano e crescimento de 0,5% em 2017. Embora afirme que o país, juntamente com a Rússia, enfrenta “condições macroeconômicas desafiadoras”, o Fundo, que realiza esta semana seu encontro de outono (no Hemisfério Norte), ressalta que as perspectivas estão melhores que em abril, última reunião da entidade.
“Na América Latina, a economia do Brasil segue em recessão, mas a atividade parece estar perto de sair do fundo do poço, depois dos efeitos dos choques — da queda dos preços das commodities (matérias-primas com cotação global, como soja, minério de ferro e petróleo), o ajuste nos preços administrados em 2015 e das incertezas políticas — desaparecer”, afirma o documento do FMI.
O relatório diz ainda que existe, no Brasil, “uma necessidade prioritária para aumentar a confiança e aumentar o investimento”, com a adoção de uma estabilidade política após a transição do governo. O Fundo voltou a dizer que apoia a adoção da regra que cria um teto para os gastos públicos, mas lembra que o país ainda precisa reformar seu sistema tributário, reduzir a barreira ao livre comércio e combater as deficiência na infraestrutura.
O FMI ainda previu que a inflação terminará o ano em 7,2%, muito próximo da previsão do mercado financeiro brasileiro, que segundo o apurado pela pesquisa Focus, do Banco Central, será de 7,23%. Já para 2017, as previsões de inflação também se aproximam: 5% para o FMI e 5,07% de acordo com o último relatório Focus. O organismo multilateral ainda prevê que a taxa de desemprego fique em 11,2% neste ano e em 11,5% em 2017.
O Fundo não mudou suas previsões para o conjunto da economia global: avanço de 3,1% neste ano e de 3,4% em 2017. O documento, por sua vez, elevou um pouco a previsão de crescimento para os países emergentes neste ano. A expectativa para o avanço da China se manteve em 6,6% neste ano, na comparação com as previsões de julho, mas houve leve melhora na Índia (agora com previsão de crescimento de 7,6%, alta de 0,2 ponto percentual) e retração para Rússia e Brasil, porém, em patamar melhor que o previsto em abril, quando o Fundo se reuniu pela última vez. A Rússia deverá ter recessão de 0,8% neste ano (contra previsão de queda de 1,8% feita há seis meses).
G1
OPINIÃO - 22/11/2024