João Pessoa, 04 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Aécio Melo e Gustavo Tavares, os dois cientistas políticos entrevistados ontem no Frente a Frente, da TV Arapuan, convergiram numa leitura: o resultado das urnas desse domingo serve de alerta para o Governo, mas é um recado à classe política paraibana, como um todo.
Ninguém detém a hegemonia absoluta e o eleitor está cada vez menos propenso a votar nos padrinhos. A escolha recai sobre a pessoa, sua história, seu potencial e seu programa de governo e não no que o cabo eleitoral representa.
Basta ver que Cida Ramos, Adriano Galdino, Expedito Pereira, Zé Paulo e Gemilton Souza fracassaram em João Pessoa, Campina Grande, Bayeux, Santa Rita e São Bento, respectivamente, e Fábio Tyrone, Carlinhos de Tião, Nobinho Almeida e Márcia Lucena triunfaram em Sousa, Queimadas, Esperança e no Conde.
E todos foram apoiados pelo mesmo Ricardo Coutinho, dono de exponencial aprovação popular e portfólio reconhecido de obras e ações em todos os municípios citados.
Ou seja, o eleitor sabe separar as coisas. Eis a primeira lição.
A segunda: o paraibano não dá tudo que os políticos querem. Em 2016, foi sábio e, ao invés de descarregar tudo em determinada liderança ou bloco político, optou mais uma vez pelo equilíbrio de forças no xadrez eleitoral do Estado.
Se o Governo elegeu o maior número de prefeitos, 115 contra 107, a oposição se deu bem melhor nos dez maiores colégios eleitorais, vencendo em oito dos dez.
Se o PSB sozinho abocanhou 53 prefeituras, somando 237 mil votos, o principal partido de oposição, o PSDB, elegeu 36 prefeitos que representaram 343 mil votos. Já o PSD, partido do prefeito Luciano Cartaxo, saiu das urnas com 27 prefeituras e 312 mil votos. A aliança PSD/PSDB e PMDB soma 757 mil sufrágios.
Na Grande João Pessoa (Capital, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo e Conde), os vitoriosos da oposição obtiveram 332 mil votos. Os vencedores do governo ficaram com 190 mil votos. Uma diferença de 142 mil votos.
Se há uma sensação de maioria da oposição, e é verdadeira, cabe ao grupo recém-formado, PMDB, PSD e PSDB, administrar essa vantagem. Já sobre os ombros de Ricardo Coutinho a tarefa de reagir e corrigir rotas. Afinal, os votos não congelam e nem são estáticos. São nuvens que se deslocam a cada movimento dos ventos.
Resumo da ópera. A Paraíba continua dividida.
Prêmio de…
Bira Pereira, Benílton Lucena e Marco Antônio, aliados de primeira hora de Luciano Cartaxo (PSD), já têm promessas de aproveitamento.
…Consolação
Benílton e Marco devem ser convocados para o primeiro escalão da gestão municipal. Já Bira Pereira será mantido no Parlamento.
Tratamento igualitário
Falando diretamente aos prefeitos sobre o resultado das urnas, o governador Ricardo Coutinho (PSB-foto) enfatizou que o Governo não fará distinção entre vitoriosos e derrotados, aliados e adversários, no tratamento institucional com os municípios. Foi no Fala Paraíba, programa oficial do governador na Rádio Tabajara.
BRASAS
*Vaga – Sem sucesso na disputa para vereador em João Pessoa, o suplente Aníbal Marcolino (PSD) se prepara para voltar à Assembleia com licença de um dos titulares.
*Lembrado – O vereador Marcos Vinicius (PSDB), reeleito, pode voltar ao secretariado de Cartaxo, pelo trabalho feito na Comunicação. Não se sabe em qual pasta.
*Trunfo – Há quem diga nos bastidores que Durval Ferreira (PP) tem na manga compromisso de Cartaxo com sua reeleição à Presidência.
*Encolhimento – O PT só elegeu Marcos Henriques para a Câmara Municipal. Fuba Maroja (PT) sobrou na curva.
*Ressaca – Adriano Galdino (PSB) evitou entrevistas na sessão de reabertura dos trabalhos da Assembleia.
FALA CANDINHA!
Açoitada
De dona Candinha sobre o resultado da eleição em Campina Grande: “Foi uma derrota cabeluda”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
João Azevedo teria saído menor ou maior do que Cida?
PINGO QUENTE
“Não vamos inventar nomes”. Do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD-foto), sobre os planos da oposição em 2018.
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TURISMO - 19/12/2024