João Pessoa, 07 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
“Essa decisão do STF vai provocar desemprego, fechar todos os comércios que existem em função das vaquejadas, vai desestimular a criação de animais e ainda acabar com uma tradição cultural e secular do Nordeste”, afirma o deputado estadual Artur Filho. O parlamentar se refere ao julgamento ocorrido nesta quinta-feira (06), no Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inconstitucional a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava os espetáculos de vaquejada no estado. Com o entendimento da Corte Máxima do país, a vaquejada agora passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a maus-tratos a animais e, portanto, proibida.
A vaquejada, segundo Artur Filho, é um esporte, diferentemente, da farra do boi, que foi proibida pelo STF em outro julgamento e já tinha incorporado algumas mudanças em sua condução, justamente, para proteger os animais de maus tratos. “Agora já se usa o protetor de cauda, o boi não perde mais a cauda, temos o rabo artificial, cavalo não é mais cortado, ou seja, as mudanças que foram adequadas para proteger os animais já estão em pleno uso, portanto, o argumento de maus-tratos, que motivou a ação, não se sustenta mais”, destaca o parlamentar que também é criador de cavalos.
Muito comum no Nordeste, a vaquejada é uma atividade competitiva no qual os vaqueiros têm como objetivo derrubar o boi puxando o animal pelo rabo. A atividade gera em seu entorno milhares de emprego e movimenta a economia de muitos municípios. “Sapé, Condado, Santa Luzia, na Paraíba, por exemplo, que tem selarias e que mexem com artigos para cavalo e vaquejada, e Cachoeirinha, em Pernambuco, onde 90% do comércio é voltado para esse segmento, com selas, rédeas, etc, não vai mais existir, empregos de gente humilde, de vendedores, o comércio de bares, etc, tudo vai acabar se essa decisão do STF se mantiver”, declara Artur Filho, lembrando que a saída agora para resolver essa questão e manter essa tradição é o Congresso Nacional constitucionalizar as vaquejadas.
MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024