João Pessoa, 18 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A paciência é a companheira da sabedoria, receitava Santo Agostinho. Observando direito, esse é realmente um grande atributo e quem o detém conta com inteligência emocional para lidar, serenamente, com as situações mais adversas, na vida e na profissão.
A vice-governadora Lígia Feliciano parece carregar esse dom como ninguém na política paraibana. Porque, convenhamos, é preciso muito jogo de cintura para conviver bem com a condição da investidura de um cargo que, pela tendência natural do cenário, lhe confere forte expectativa de poder, sem melindrar, sem se afobar e sem se precipitar.
Pelo posto que ocupa, repousa sobre ela muitos fatores catalisadores de força na eleição de 2018. Do grupo do governador Ricardo Coutinho, ela é a única que, em sendo candidata à sucessão, não pode concorrer à reeleição, desenhando assim o caminho mais curto para eventual volta do socialista.
Eleitora de Ricardo desde 2010, repetiu a dose em 2014 e aceitou figurar na chapa num momento delicado do governador. Como vice, é discreta, afinada com “o projeto” e não cria o menor embaraço ao Governo, seja com atitudes, seja com declarações. E um detalhe: não se acha nos arquivos da imprensa, em qualquer tempo, nenhuma fala dela contra Ricardo que cause constrangimento aos dois.
Prevalecendo a tradição da desincompatibilização do titular para concorrer ao Senado, é Lígia quem estará no controle da máquina, no ano da eleição, no qual deputados e lideranças precisarão da manutenção dos seus acordos e preservação dos espaços que garantem votos e bases. Um status e diferencial que só ela pode ter.
Na remota hipótese de Ricardo permanecer no cargo, qualquer outra candidatura do círculo do Jardim Girassol depende de alguma forma do mínimo da simpatia da vice-governadora, sob o risco de não resistir ao incômodo e mal estar de não contar com o apoio da segunda maior personalidade na hierarquia estadual.
E por que, apesar de toda essa ventania em seu favor, Lígia persiste impávida, mesmo quando ouve uma seca entrevista do governador, cogitando permanecer no cargo, sem um afago sequer ao seu nome? E por que a vice-governadora se mantém silente enquanto setores do governo lançam outros nomes para 2018?
O que a faz seguir tão quieta, tão segura e desassombrada? O que significa, de verdade, esse silêncio de Lígia Feliciano? Estratégia política calculada e pensada, ou simplesmente exercício espiritual do mandamento de Santo Agostinho de uma assumida fervorosa católica?
Novo…
Setores do governo admitem sinalizações do presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), para regressar ao secretariado.
…Rumo
Um cargo no primeiro escalão seria o desembarque da Assembleia, após o fim do biênio e ascensão de Gervásio Filho (PSB).
Valeu o boi!
Um debate quente e com múltiplas visões sobre a polêmica da proibição da vaquejada, cuja decisão do STF ganhou publicação oficial ontem. Foi assim o Frente a Frente, da TV Arapuan, apresentado por este colunista, com deputados, OAB e representantes de segmentos a favor e contra na Paraíba e no Brasil.
BRASAS
*Deu o esperado – O vereador Renato Martins (PSB) deu ré das insinuações contra colegas de partido e secretários do governo.
*Fora d’água – Socialistas paraibanos confessam incômodo da permanência num PSB totalmente alinhado com o Governo Temer.
*Critério – Técnico. Essa é a receita do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) para a formação do secretariado do seu segundo governo.
*Confronto – Nem bem terminou a eleição municipal, Ricardo e Cássio já entraram em novo round: o Viaduto do Geisel.
*Quebra-cabeça – A solução para o impasse em relação ao cargo de vice-prefeito da Capital não é tão simples como parecia.
FALA CANDINHA!
PEC 241
De uma aborrecida Dona Candinha: “Temer deveria aproveitar para congelar o teto das propinas”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Até quando Ricardo se manterá sem um candidato (a) oficial à sua sucessão?
PINGO QUENTE
“O fato do STF não ter um membro nordestino pode ter influenciado na decisão”. Da advogada paraibana e conselheira federal da OAB, Marina Gadelha (foto), sobre a proibição da vaquejada.
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OPINIÃO - 22/11/2024