João Pessoa, 26 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Quem dera se nós nordestinos fossemos tão organizados e enérgicos para exigir providências rápidas contra a crise hídrica, como na luta ardorosa pela defesa e liberação da prática da vaquejada. Talvez o Planalto levasse mais a sério e reagisse além das novas promessas e calendários de conclusão.
Na frente do Congresso, vaqueiros, empresários do negócio da vaquejada e cavalos acamparam com muito barulho, direito a discursos inflamados de parlamentares em mini-trios e depoimentos de artistas conhecidos dos topos das paradas de sucesso.
Uma análise epidérmica sobre os atos e formas ilustra que a solução para a grave situação de colapso, provocado por cinco anos ininterruptos de seca, não aparenta ser a causa mais prioritária a exigir tom mais duro e atitudes menos diplomáticas, como a de levar ofícios para ministros e levar chá de cadeira.
O quadro chega ao nível do dramático, mas não estamos mandando caravana com latas d’água, com faixas de letras garrafais e nem carcaças de animais para constranger o Governo Federal. Nenhuma ameaça da bancada paraibana, potiguar e pernambucana de cruzar os braços e boicotar matérias importantes numa época em que o presidente precisa, como nunca, aprovar suas medidas.
Enquanto a vaquejada divide opiniões e é, por natureza, alvo de muitos questionamentos jurídicos e ambientais, a seca é objeto de um clamor unânime, uma bandeira comum a merecer solidariedade até de quem vive mergulhado nas águas litorâneas. Portanto, deveria reunir mais vozes e côro.
Pelo enfoque e engajamento, a vaquejada parece ser uma necessidade mais premente e um tema indispensável para o Nordeste, quando a solução da escassez hídrica é, na verdade, uma urgência regional numa Paraíba com 96% dos municípios em estado de emergência, por exemplo.
Na ordem de prioridade, a seca está abaixo dos cascos dos cavalos. É a transposição e as demais intervenções correlatas que garantem vida humana. Ironicamente, sem água nem os rebanhos bovinos e eqüinos, indispensáveis à vaquejada, sobrevivem.
Fundo do…
Na tribuna da Câmara, o deputado Rômulo Gouveia (PSD) bradou um relato do auge da crise hídrica na Paraíba.
…Poço
Gouveia lembrou que dos 224 municípios paraibanos, 196 estão em estado crítico e com emergência decretada.
Comunhão
O deputado Luiz Couto (PT-foto) manteve o histórico de fidelidade total à bancada petista, na votação, ontem, da PEC dos Gastos Públicos. Foi o único paraibano a votar contra a medida. No Governo do PT, o padre figurava entre os deputados mais fiéis com quase 100% de comparecimento e voto de acordo com a orientação da liderança.
BRASAS
*Oficial – Cinco dias após o pedido de demissão, o Diário do Estado publicou hoje a exoneração do radialista Célio Alves.
*Desacelerando – Pétalas girassóis acham que o governador Ricardo Coutinho deve reduzir a velocidade no confronto com o Governo Federal.
*Casquinha – Na Assembleia, a oposição centra fogo no rebaixamento fiscal do Governo do Estado, problema que inviabiliza novos empréstimos.
*Prevenido – O prefeito Luciano Cartaxo (PSD) para onde vai leva um pente fino no bolso do terno.
*Dança das cadeiras – Parte do secretariado de Cartaxo apreensiva com a chegada dos novos aliados ao “primeiro escalão”. Gente demais pra pouca cadeira.
FALA CANDINHA!
Roda Gigante
De dona Candinha sobre o pedido de audiência de Ricardo ao presidente Michel Temer: “Tenho fé que nosso governador vai ter mais sorte do que o então prefeito Veneziano…”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
É o PT que não quer voltar ao Governo do PSB ou o Governo que não quer o PT?
PINGO QUENTE
“É uma atitude irracional”. Da vereadora Sandra Marrocos (PSB-foto) sobre a posição da colega, Eliza Virgínia (PSDB), em relação aos movimentos LGBT.
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OPINIÃO - 22/11/2024