As demandasda Paraíba recomendam que a classe política troque os punhos cerrados pela mão estendida

Começo dessa legislatura, lembro bem que, numa conversa informal, sugeri ao então recém-empossado deputado Dinaldo Filho uma visita à prefeita Francisca Mota, como gesto institucional para colocar seu mandato à disposição do povo de Patos.

Na ocasião, Dinaldinho, como é mais conhecido, viu a inviabilidade do encontro porque, no seu conceito, a cidade não entenderia e poderia confundir a simples iniciativa com um conchavo ou até demonstração de fraqueza, visto que a rivalidade entre os grupos alimentava e preservação dos espaços políticos de cada um.

Dois anos depois, os papéis se invertem. Dinaldo Filho, que havia sido derrotado em 2012, vence Nabor Wanderley e produz um fato político interessante com força para quebrar o paradigma da inconvivência entre adversários tão comum aqui na Paraíba, que costuma se sobrepor aos deveres públicos.

Ao recentemente visitar o gabinete do deputado Hugo Motta, em Brasília, e pedir apoio e recursos para a nova gestão, o prefeito eleito contrariou essa lógica vencida e arcaica e deu lugar a uma nova postura.

Tanto Dinaldo Filho quando Hugo Motta, que também teve o gesto largo de abrir as portas para um histórico adversário, demonstraram maturidade que muitas vezes falta ao veteranos.

O exemplo de Patos bem que poderia contagiar novas relações em municípios com tradição de intensas brigas fraticidas, como Sousa, Cajazeiras, Guarabira, Monteiro, Campina Grande, entre outros.

Inspirar, quem sabe, a convivência entre o Governo do Estado e adversários políticos e possibilitar o cenário em que seja normal assistir reuniões administrativas entre Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho, ou audiências entre o governador e o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, sem que esse tipo de agenda seja desviada para especulações de reaproximações ou demonstrações de fraqueza.

A cultura da briga e do confronto em nada contribui com a Paraíba. Aliás, ela explica muito o que O nosso Estado é, ou melhor, deixou de ser. O gesto de Hugo e Dinaldo, dois jovens na política, deve estimular comportamentos de velhas e barbadas lideranças.

Interpretação…
“Não trato como distensão, mas como compromisso com a cidade, independente do resultado da eleição”.

…Particular
A frase é do deputado federal Hugo Motta (PMDB) a respeito do encontro com o prefeito eleito Dinaldo Filho.

Greve ideológica
A Universidade Federal da Paraíba está em paralisação sob o argumento, segundo os idealizadores, de protestar contra a PEC 241, a quem imputam o futuro congelamento de salários dos servidores federais e redução dos recursos para a Educação. Em 2015, no Governo Dilma, a mesma UFPB precisou fazer cortes de 75% em seus investimentos e 10% no custeio. Nem um pio.

BRASAS
*Tal qual Ricardo – O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), foi a Temer ontem pedir liberação de recursos em atraso, apesar de aliado do presidente.

*Nem mais, nem menos – “Vamos proceder como fazemos em todos os casos”. Da delegada da Mulher, Desireé Cristiana, sobre os passos da investigação da denúncia contra o radialista Célio Alves.

*Matemática – Durval Ferreira (PP) diz já ter 13 votos consolidados. Marcos Vinicius garante dispor de 17 aliados. Uma das calculadoras está errada.

*Cutucada – Para o prefeito Luciano Cartaxo, gestor que maldiz e arranja desculpas esqueceu que a crise existe há tempos e só sobrevive a ela quem se planejou.

Incógnita – Nem aliados próximos do deputado Manoel Júnior (PMDB) sabem ao certo se ele se manterá em Brasília ou assumirá a vice em João Pessoa.

*Extremos – Ex-líder do governo na Câmara de João Pessoa, Bruno Farias (PPS) pretende começar a nova legislatura como líder da oposição na Casa.

FALA CANDINHA!
Preces
Oração de Dona Candinha no aniversário do ex-presidente Lula: “Que o Senhor triplex os pedalinhos da família e nunca permita que ele fique em estado de sítio”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Quem, no íntimo, Luciano prefere: Marcos Vinicius ou Durval Ferreira?

PINGO QUENTE
“O palanque foi desarmado”. Do deputado Dinaldo Filho (PSDB-foto), em entrevista ao 60 Minutos – Rede Arapuan de Rádios.

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