João Pessoa, 31 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ninguém, de bom senso, esperaria resultado diferente. Alvo principal de operações e protagonista-mor do segundo impeachment da nova democracia, o PT saiu das urnas, depois desse domingo, contabilizando amarga derrota entre seus candidatos. Nenhum eleito em segundo turno e uma queda total de 61% das suas prefeituras.
O Partido dos Trabalhadores sofreu cerco cerrado na imprensa, viu muitas de suas estrelas na cadeia, sua presidente encerrando melancolicamente a Era petista e seu principal líder de massas, Lula da Silva, implicado em investigações e até ameaçado de prisão.
No paralelo, os partidos que assumiram o poder, PMDB (1.038) e PSDB (803), assumiram a dianteira do número de filiados eleitos nesse outubro. Os dois brigam em quantidade, seguidos de PSD (540), PP (492), PSB (415) e PDT (335). Com 254 prefeituras, o PT ficou atrás até de PTB (261), DEM (266) e PR (299).
Para se ter uma idéia da guinada centro-direita, entre as capitais, somente o PC do B conseguiu vencer com Edvaldo Nogueira, em Aracaju (SE). O PSOL, que competiu no Rio de Janeiro com Marcelo Freixo e em Belém com Edmilson, perdeu nas duas. No Rio para o Bispo Marcelo Crivela, do PRB, na capital paraense para o tucano Zenaldo Coutinho.
Duas verdades. O PT colheu a tempestade do vento que plantou com os erros que culminaram por suplantar o capital dos acertos na economia e nas políticas sociais, sobretudo, no Governo Lula. Segundo: nenhum outro partido, igualmente, sobreviveria ileso à pesada, intensa e permanente artilharia em cima da sigla. Arrastou para baixo toda a ‘esquerda’.
Com a inversão dos papéis, o PT na oposição, o bloco PMDB/PSDB no Governo terá a oportunidade de impor seus respectivos estilos de gestão Brasil afora, com o apoio, inclusive, do Planalto. O País ganha a chance de comparar os modelos. Os novos ‘donos da caneta’ não pensem que ficarão impunes da mão de ferro do eleitor, caso deslizem. O brasileiro já deu o recado. Ele não serve apenas para o PT.
Lista de pedidos
Ao ministro Bruno Araújo (Cidades), o prefeito Luciano Cartaxo (PSD-foto) apresentará pedido de liberação de recursos, incluindo verbas atrasadas da obra da Lagoa, e renovará solicitação de parcerias em habitação e mobilidade urbana.
BRASAS
*Pernambucanidade – ministro Bruno Araújo fez questão de ressaltar Eduardo Campos, que dá nome ao Viaduto do Geisel, prestes a receber R$ 7,5 milhões federais.
*Visibilidade – O complexo Aluízio Campos, tocado pelo prefeito reeleito Romero Rodrigues (PSDB), será o palco da reunião do ministro com gestores de todo o Estado.
*Mídia – Comedidamente, a Prefeitura de João Pessoa voltou a anunciar nos veículos de comunicação.
*Elo – Se não houver consenso na disputa da Mesa da Câmara da Capital, Pedro Coutinho (PHS) é um nome lembrado.
*Mais uma – Os vereadores eleitos da oposição voltam a se reunir até amanhã para deliberar sobre a eleição da Mesa pessoense.
FALA CANDINHA!
Nas partes baixas
De Dona Candinha sobre o resultado das urnas no segundo turno: “Pense num golpe”!
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O que o PSDB diz das acusações de caixa-dois na campanha de José Serra, seu ilustre filiado?
PINGO QUENTE
“Foi um voto por exclusão”. Do vereador Lucas de Brito (PSL-foto), sobre a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e “a ausência de opções” com a forçada polarização com Cida Ramos (PSB).
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