João Pessoa, 03 de novembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
“Não voto com minha vagina”, afirmou ela em entrevista ao programa Newsnight nesta quarta-feira, ao ser questionada sobre a importância de ter uma mulher eleita, pela primeira vez, para o cargo.
“(A disputa pela Presidência dos EUA) é maior do que isso. Não quero perder tempo falando sobre (o candidato republicano Donald) Trump e Hillary, não é para isso que estou aqui. Existem questões maiores do que ‘quem vence esta eleição’.”
Sarandon, de 70 anos, declarou seu apoio à candidata do Partido Verde, Jill Stein, em uma carta publicada nas redes sociais – embora, na prática, a disputa de verdade seja entre a democrata e o republicano.
No texto, ela afirmou que o “medo de Donald Trump não é suficiente para que eu apoie Hillary Clinton, com seu histórico de corrupção”.
Durante a entrevista para o programa da BBC, a atriz disse estar mais preocupada com as questões ambientais.
“Água é tudo, e o que acontece nesta eleição não vai importar se não tivermos água.”
Sarandon, que ganhou um Oscar em 1995 por seu papel no filme Os Últimos Passos de um Homem , diz que sua oposição à eleição de Hillary não não significa que ela é contra ter uma mulher na Presidência.
“Quero a mulher certa. Existem grandes mulheres que eu admiro, vocês (Grã-Bretanha) já tiveram uma mulher (no poder), não sei o que vocês pensam disso.”
A atriz apoiava o senador e pré-candidato à presidência americana Bernie Sanders, que disputava a vaga com Hillary Clinton no Partido Democrata.
Sanders declarou seu apoio a Hillary, mas Sarandon não se importou com a escolha do senador.
“Bernie também disse: ‘não importa para quem eu voto, não me escute, vote em quem o seu coração mandar”, explicou.
Sarandon contou que, depois do que viu nas primárias que escolheram Hillary, passou a achar que o Partido Democrata é “muito corrupto”. E também afirmou não precisar fazer uma escolha que vai contra seus interesses.
“A razão de estarmos nesta situação (de crise social, política e ambiental) é porque todo mundo está votando no menor dos males há muito tempo.”
Alguns especialistas e eleitores nos Estados Unidos afirmam que o voto para um candidato independente, como Stein ou Gary Johnson, do Partido Libertário, ou até mesmo não votar, vai favorecer Trump.
Mas, para a atriz, é importante fortalecer os candidatos independentes e progressistas para mudar a pauta governamental, por meio do Congresso, em temas que ela considera importantes, como a preservação ambiental.
BBC
OPINIÃO - 22/11/2024