João Pessoa, 16 de novembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O resultado, com a vitória do desembargador João Alves, já era o esperado na eleição hoje no Tribunal de Justiça da Paraíba. Ele confirma o predomínio da articulação do agrupamento em torno da atual gestão, que tem na desembargadora Fátima Bezerra, ex-presidente do do Poder, um dos seus maiores expoentes e que vem conseguindo manter o status quo dos seus aliados no comando da Corte.
Articulação? Poderiam indagar os mais apressados. Sim. Desde que quebrou o acordo de cavalheiros do critério antiguidade, o Tribunal se transformou num grande ringue, reproduzindo as mesmas disputas peculiares aos agrupamentos da política tradicional.
Esse último processo, por exemplo, foi carregado de rasteiras, jogos e traições nos bastidores. O então presidente do TRE, José Aurélio, renunciou o cargo para poder concorrer ao TJ. Foi atraído, mas viu em pouco tempo a proposta por água abaixo.
Unidos no mesmo propósito, Marcos Cavalcanti e José Aurélio chegaram a conversar e até avançar nas tratativas com o grupo do desembargador Márcio Murilo (Saulo Benevides, Joás de Brito, entre outros). Posteriormente, procuraram o bloco de Fátima impondo a cabeça da presidência. O que não foi aceito.
Diante da negativa, tentaram retomar o diálogo com a ala oposicionista, mas a “palavra quebrada” aumentou as desconfianças e as portas foram fechadas para os dois. O segmento que compete com Fátima preferiu correr o risco de perder do que entregar a presidência a Aurélio, que – somado com Marcos – traria a fatia suficiente para vencer a eleição.
Nesse cenário, João Alves, ex-presidente do TRE, se impôs como candidato. Quando tentou renegociar com aliados de Fátima, coube a Aurélio o espaço da corregedoria. Antes de tudo, o candidato era o desembargador Fred Coutinho. Esse terminou escanteado, mas no final, ao lado de Oswaldo Trigueiro, decidiram juntos a parada e deram a maioria que derrotou Joás de Brito.
Como se observa, um jogo com tramas, reviravoltas, acordos e traições de fazer inveja à inflamável, intrigante e despudorada política paraibana.
Parto a…
Até no último minuto do segundo tempo a audiência de Temer com Ricardo rendeu ruídos e desencontros.
…Fórceps
Planalto assinalou na agenda encontro com o senador Raimundo Lira. Após pedido de Lira, alterou e incluiu o governador paraibano na pauta.
Assunto encerrado
Diferente do sugerido pela coordenação, a bancada federal paraibana não entrou na comitiva dos acompanhantes do governador Ricardo Coutinho no conturbado encontro com Temer. O coordenador, deputado Benjamin Maranhão (SD-foto), colocou um ponto final no tema e não quis polemizar. “Fizemos nossa parte”, registrou.
BRASAS
*Banho Maria – Segue se arrastando o processo de transferência da Assembleia. O TCE ainda não liberou a licitação.
*Entraves – Com a burocracia e movimentos contrários, não se sabe se a migração ocorrerá ainda na gestão do presidente Adriano Galdino.
*Mudez – Ainda não se ouviu o timbre da voz do vereador eleito de João Pessoa, Tanilson Soares (PSB), filho do deputado Edmilson Soares.
*Projeto 2018 – Expedito Pereira, prefeito de Bayeux, se organiza para disputar mandato de deputado estadual.
*Vidente – Quando ‘contou’ os votos, o vereador eleito Damásio Neto (PP) havia anotado 4.500. Cravou 4.654 votos.
*Expulsos – Presidente do TJ, Marcos Cavalcanti, mandou retirar do Pleno os assessores da desembargadora Maria das Neves do Egito (vítima de recente AVC), que a assistiam na sessão.
FALA CANDINHA!
Cartilha
Segundo Dona Candinha, políticos da Paraíba já sabem onde se aconselhar quando o assunto for eleição de Mesa Diretora. “No Tribunal”, receita ela.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Ao ir, oficialmente, a Michel Temer, o governador Ricardo Coutinho abandona, de uma vez, o discurso da ilegitimidade do presidente, tese defendida até pouco tempo?
PINGO QUENTE
“Esse republicanismo de Ricardo é para inglês ver”. Do prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano (PSDB-foto), sobre as parcerias encerradas pelo Governo com a Prefeitura, após o rompimento político.
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