João Pessoa, 25 de novembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
As revelações do ex-ministro Marcelo Calero são sintomáticas. Alçado ao poder em circunstâncias traumáticas para o Brasil, o novo governo liderado por Michel Temer e seus companheiros de PMDB parecem simplesmente ignorar o sentimento que derrubou Dilma Rousseff, a titular do cargo eleita pelo voto das urnas.
Os brasileiros foram as ruas e pressionaram a queda da petista para avisar a ela, e a quem interessasse pudesse, que não mais suportavam desvios éticos e nem muito menos governos e agentes políticos usando a roda do poder para girar em torno do próprio umbigo.
Gedel Vieira, o secretário-geral da Presidência, Eliseu Padilha, o homem da Casa Civil, e o próprio Michel Temer não entenderam isso. Pelo menos nos bastidores agiram, no caso do edifício irregular em Salvador, como se a máquina pública estivesse, com todas as suas regras, a serviços dos seus interesses particulares.
O relato de Calero não surpreende. O Governo tem esse mesmo cínico comportamento quando faz cara de paisagem, sem uma opinião contrária, e estimula na sua omissão pública a desfarçatez da anistia aos crimes investigados pela Lava Jato contra quase todo o Congresso Nacional.
Nem é por acaso que só nesse arremedo de Governo, herdado do desastre da Era Dilma, seis ministros já caíram envolvidos em situações embaraçosas. Prova que Temer se cercou do mesmo perfil de político e assessor que o Brasil cuspiu nas ruas.
Fala…
Não basta os ministros que são pegos em flagrante pedirem demissão e está tudo resolvido na República de Temer.
…Temer
Chefe de Estado, ele tem que se posicionar claramente sobre os deslizes e dizer aos assessores e a Nação que tipo de gente não quer por perto.
Passos de tartaruga
Com palestra marcada em João Pessoa, hoje à tarde, o ministro Gilmar Mendes (foto)precisa explicar porque o Tribunal Superior Eleitoral, presidido por ele, até hoje não julgou as contas com graves indícios de regularidade da campanha Dilma/Temer. Antes de embarcar para João Pessoa, numa entrevista, Gilmar minimizou o Caso Gedel e ainda o debate da anistia do Caixa Dois.
BRASAS
*Maciota – Ronivon Mangueira (PMDB), vereador eleito de João Pessoa, diz que não vota no presidente Durval Ferreira (PP), mas não tem pressa de definir seu apoio.
*Luz, câmera, ação – De muito bom gosto e informativa a nova campanha na mídia da Câmara de João Pessoa, assinada pela Sin Comunicação.
*Aliado – “A chapa foi construída em sintonia com base do nosso prefeito Luciano Cartaxo”. Do vereador Marcos Vinicius (PSDB).
*Aberração – Para o advogado e professor Ricardo Sérvulo, a anistia do caixa-dois é um “precedente perigosíssimo”.
*Fim da gangorra – Em Jacaraú, o corretor de imóveis Elias Costa interrompeu o revezamento entre o os grupos Ribeiro e Dunga e vai governar o município.
FALA CANDINHA!
Literalmente
De Dona Candinha sobre o novo escândalo do Governo Temer, no Caso do Iphan: “Temer vem fazendo história”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Até quando a classe política vai continuar cavando esse fundo de poço?
PINGO QUENTE
“Eu vou voltar pra minha casa”. Do vereador Djanilson Fonseca (PR-foto), que volta à Caixa Econômica Federal, de onde é servidor, depois o insucesso nas urnas.
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OPINIÃO - 22/11/2024